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Cordel-->Suplicano pras xuva pará -- 28/05/2009 - 09:10 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Airam Ribeiro

O Sinhô me adiscurpe
D’eu nas minhas lovação
Pidi pra mandá as xuva
Qui era para moía o sertão
Só quiria vê a terra moiada
Era só isso! Mais nada!
Pra qui vingasse o fejão.

Min adiscurpe meu Sinhô
Se nas reza inzagerei
Ô se fartô mais clamô
Nas reza qui eu rezei
É qui veno meus fi xorá
E as terra do xão a secá
Tanta xuva num imaginei!

Agora deu no qui deu
A sumente num vingô
Inté as casa do pobre
As xuvarada aderrubô
Argum fejãozin qui nasceu
A água eles escondeu
E todos nela se afogô.

Nóis num tava no custume
Foi mutia xuva qui mandô!
Inté parece qui aí inrriba
As tornêra se increncô
Pois morrêro as criação
E toda nossa prantação.
E o sertão se alagô!

Inté as ropinha véia
Vêi as inxente e levô
Os caquin de móvi tomém
Pelas água se arrastô
Cuns pé das parede moiada
O ranchin nun guentô nada
Pois as água aderrubô.

Tô agora sem abrigo
Sem um ranxim pra morá
Rezei pidino xuva
Hoje tô aqui a suplicá
De novo vorto a Te pidí
É de juêi qui tô aqui
Manda essa xuva pará!

Xão seco num nasci nada
Num nasci tano alagado
Condo tava seco nóis
Tava todo abrigado
Perdõi meu Jesuis Cristo
É qui tô axano isquisito
Vê meu sertão afogado.

Mande as água baxá
Eu te suplico pur favô
Min incine cuma eu rezá
Num arrepari meu Sinhô
Se sem xuva num nasci fejão
Cum muitia xuva intão
Tomém num vévi o lavradô.

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