Intuitivamente escolher "Ave Maria" de Schubert para preparar o ambiente de trabalho logo cedo, foi algo simples, mas sem precedentes. Durante todo o dia esteve presente entre um atendimento e outro. Pensando bem agora, foi o único CD que ouvi, e confesso, o fiz sem pensar. Parecia uma ação involuntária como de um hábito constante, geralmente só realizado aos finais de tarde, mais precisamente à s 18 horas. Mas o ritual dessa segunda-feira parecia diferente, embora não tivesse me questionado até o final do dia o porquê. Claro, haveria uma forte mensagem que chegaria inevitavelmente em algum momento. E chegou.
"Ave Maria", símbolo de mãe amorosa tão presente no inconsciente coletivo da humanidade, quem melhor que você para amparar um filho temeroso de mexer em suas dores mais profundas? Mexer nas feridas interiores requer coragem, coragem de amar incondicionalmente. Quem melhor que você para amparar um filho carente desse amor, e que só por isso tem medo de se olhar? Quem melhor que você para com seu manto enxugar-lhe as lágrimas?
Realizar terapia ao som de "Ave Maria" de Schubert é como entoar um mantra universal capaz de calar fundo na alma de qualquer ser vivente. Pois, quem não quer esse amor? Quem não quer ser aceito incondicionalmente? Todos saem fortalecidos, inclusive o terapeuta.