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Poesias-->Uma Estrada Sem Fim -Taylor- -- 29/11/2005 - 19:25 (won taylor) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Você se foi e eu pensei que tudo havia se acabado.; e quando eu olhei adiante me deparei com uma estrada longa e vi muitas encruzilhadas.; sim havia muitas esquinas por onde eu tinha que passar.; e então comecei a andar sem olhar pra trás.; e fui deixando você para trás. Enquanto eu começava a me distanciar de tudo.; eu fui pensando em todos momentos que eu sei que vão durar para sempre.; e na calçada pude ver que haviam pessoas com rostos conhecidos.; e todos me acenavam enquanto eu passava. Comecei a ir mais rápido, como se estivesse deixando a minha vida para trás, não caída, mas de pé em algum lugar onde não fosse ficar esquecida. Pensando em tantos anos que levaram pra que eu pudesse ter tantas memórias de uma vida inteira.



indo em frente sem medo algum.; cheguei à primeira encruzilhada, e vi um menino com os pés no chão.; brincando com sua mão em sua boca.; com um olhar adoecido e uma mente que se embaralhava nas palavras que saiam de sua boca.; então sorriu pra mim e eu o reconheci e segui em frente. Percebi que algo estava se tornando claro, mas continuei a andar com passos mais fortes e sem tentar decifrar passava pela rua que se estendia diante dos meus olhos e outra esquina se aproximava e desta vez não havia nada lá. Quando enfim cheguei à segunda encruzilhada.; uma chuva rala começou a cair. E vi minhas mentiras a dançar com meus receios.; e pensei que pelas mentiras tive medo tantas vezes.; e fugi do que devia fazer. E do outro lado estava um menino em sua adolescência com olhos tristes a olhar aquela dança incomum.; passei e lhe sorri, e ele se acalmou e as mentiras se foram dali. E continuei a andar e já havia passado aquela chuva fina e alguns dias também.; e mais forte meus passo me conduziam em frente.



Veio um sentimento tão vazio em meu peito.; e foi quando as estrelas começaram a cair e a iluminar aquela estrada.; e desta vez não me senti perdido. E logo cheguei à terceira encruzilhada.; e não tive vontade de entrar em nenhuma rua só em seguir adiante.; então eu vi a minha dor ali.; parada.; lenta.; doída e viva.; olhei-a nos olhos e ao seu lado vi meu orgulho dissimulado me chamando atenção para uma mulher com seis crianças a seu redor.; ergui meus olhos aos céus e ajudei a mulher a atravessar para o outro lado da rua.; pra longe da minha dor e do meu orgulho.; e ela apenas me apontou a estrada que me esperava adiante. Apertei os passos e vi os anos sendo levado pelo vento forte que soprava.; descruzei os braços e limpei as lágrimas do meu rosto.; e mais memórias faiscaram na minha mente.



A estrada começou a ficar mais apertada quando minha mente sentiu que algo estava adiante, e era a quarta encruzilhada que se apresentou com toda minha raiva.; meu ódio e minha incapacidade de perdoar.; e todas as estrelas se apagaram lá no alto do céu. Senti minhas pernas tremerem.; e senti minhas forças enfraquecerem. Parei diante de sentimentos tão ruins que me pertenciam.; olhei-os nos olhos e vi dentro deles um corpo de um homem baleado no chão.; e a raiva tomou conta de mim.; e não me senti orgulhoso do que fiz para aliviar a minha dor. E voltei meus olhos ao escuro do céu e vi uma estrela fraca a tentar brilhar, e foi quando ela caiu em meus olhos e me iluminou por dentro, e toda raiva desapareceu em segundos.



Voltei à estrada me sentindo mais leve, não forte, porém tão aliviado dentro do coração, e deixei um sorriso no canto da boca, enquanto assobiava trechos de uma triste canção. E veio à quinta encruzilhada, e vi minha tristeza parada lá.; com seu ar melancólico e ao seu lado estava meu grande amor. Os dois estavam pertos, mas, distanciados pelo silencio que os separavam e as alianças jogadas ao chão.; era uma separação definitiva e olhei nos olhos do meu grande amor.; e vi que nada tornava as coisas mais fácies naquele momento.; e os deixei lá e continuei com os pés andando em falso.; quase cambaleante pela agonia.



Foi quando a sexta e última encruzilhada chegou.; nada havia nela, então parei bem no meio da estrada e olhei para o lado e vi um homem com a mão em seu coração apertando-o, como se sofresse um infarto.; e ainda assim, ele estava me apontando para o céu. E vi umas nuvens negras se movendo rápidas demais.; e quando fui olhar o homem novamente.; nem percebi que um carro vinha em minha direção. Senti meu corpo saindo do chão e como se estivesse voando.; e fui passando diante de umas casas, e via através de suas janelas.; e olhando dentro de uma eu vi uma mulher grávida e ao seu lado um homem feliz acariciava sua barriga enorme.; e ela olhou pra mim em suas lembranças e chorou. Pensei que eu fosse cair, mas continuei a voar e lembrei-me de todas as pessoas que passaram em minha vida.; as que se foram tão rápidas.; como o homem por trás do balcão da padaria.; ou da vendedora de sorvete na rua e do trocador no ônibus. E das pessoas que ficaram por mais tempo.; pensei no amor delas por mim, e em tudo que eu fiz pra merecê-lo.; tão pouco o que fiz.; pelo muito que eu recebi.



Numa outra janela estava o mesmo homem que me apontou o céu.; e com ele havia uma pomba branca.; então percebi que tudo que eu ainda não havia visto ainda iria ver.; que a vida ainda se estendia para mim.; que nada havia acabado.; que outras pessoas viriam pra continuar a minha estória.; outros amigos e outros amores. Foi quando abri os olhos e vi que estava ainda na esquina.; e que o carro não havia tocado em mim.; e não era as nuvens negras que aquele homem me apontava.; e sim aquela pomba branca.; que veio em pousou em meus ombros.; e assim eu senti orgulho de ter passado pela vida de tantas pessoas e soube que havia outras que esperavam por mim mais adiante e segui em frente e feliz.
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