Uma gota jorrou de uma pedra indicando a nascente de um rio
Essa gota foi apenas o início, muitas outras gotas d’água foram se juntando a ela formando um curso em expansão.
No começo do caminho deste rio tudo parecia ser simples as coisas ao seu redor não o causavam medo, nem preocupação.
A medida que ele foi seguindo seu curso começaram a surgir os primeiros obstáculos, algumas pedras, quedas e árvores que caiam ou derrubavam sobre ele, mas ele estava mais desenvolvido e tinha força para superá-los.
Depois de ter superados diversas dificuldades o rio adquiriu um estágio no qual ele conseguia fluir tranqüilamente.
Todas as pessoas as suas margens admiravam a serenidade de suas águas, mas só conseguiam ver a superfície, pois havia um mistério na essência das águas, que embora fosse límpida e pura não conseguia nunca mostrar o fundo do rio.
Algumas pessoas mergulharam para tentar descobrir o seu interior mas nenhuma jamais conseguiu ver totalmente o que tinha lá, outras pessoas pouco se importavam com isso.
Com o crescimento do rio parecia cada vez mais improvável conhecer o seu interior contudo o destino reservava surpresas para o trajeto.
O rio já estava com grande volume quando se deparou com uma bifurcação que o marcaria, seguiria pelo caminho da calmaria ou pelo das adversidades.
Esta situação o abalou profundamente pois todas as situações que tinha enfrentado nunca representavam algo que pudesse comprometer seu futuro como essa.
Embora tenha sofrido muito para tomar essa decisão de qual caminho fosse fazer ele o fez e por ter uma essência aventureira escolheu o caminho das adversidades que o levaram a grandes perdas, não na sua superfície, esta continuava calma e linda como sempre mas no seu interior, este agora passava por turbilhões intermitentes que reviraram e revirarão por um longo tempo as areias mais intocáveis do seu fundo, espalhando-as sem direção.
Será que teria sido melhor a evolução através do caminho da calmaria?
Não seria melhor ou pior. Seria apenas mais sereno.
É impossível retornar contra a correnteza e fazer a escolha para o caminho da calmaria, tem-se que adaptar as condições atuais e aproveitar ao máximo as oportunidades que surgem.
Outras bifurcações virão mais adiante certamente, porém o espírito aventureiro de outrora deu lugar a uma consciência madura que sabe que embora o prazer das aventuras seja bom é também passageiro e o melhor é ter a estabilidade duradoura.
A força das águas tendem sempre a diminuir e levar o rio tranqüilamente ao grande oceano, só não devemos esquecer de todas as curvas, obstáculos e circunstâncias que estiveram presentes nas diversas etapas do caminho.
