Sentei-me
Ali fiquei, estaticamente admirando.
Noite estranha, dia e noite se alternando.
As pessoas correndo aos gritos, mãos abanando,
Eu achei que era São João.
Na minha frente
Quedou-se bela.
Vestiu-se se de vermelho
Seu vestido amarelo estrela.
Logo depois os homens apressados
Carregando brinquedos pesados
Que brilhavam, flash de máquina de fotografar.
Eu alí sentado, sem outro lugar de estar.
Na minha frente
Quedou-se nova.
Vestiu-se de amarelo
E desapareceu sem toca-la.
Eu ali brinquei com as rosas,
Mas as rosas do ser humano,
Abertas.
Na minha frente
Quedou-se torta.
Vestiu-se de lembrança
Seu vestido de amarelo, morta.
Uma visão das guerras do usina. Muitas vezes fui general nesse front, muitas vezes bucha de canhão. Vejo todos sendo alvo, todos sendo artilheiros e bala ao mesmo tempo. Aí eu sento e sonho com a paz de Swartz, mas alí sentado vejo outro de mim levantar-se para, com uma baioneta afiada, abrir alguém ao meio (víceras de rosa). O que serei afinal, escritor ou carniceiro?
Eva, não faça a guerra.
Milene, não revide.
Apaguemos o ódio do usina fazendo ao menos um dia de paz.
Atenciosamente
Ayra-on
|