Já a tinta se acaba
na tela que ora pinto
e o pouco que resta
traduz tudo o que sinto.
E do quase nada
esboço um verso sereno.
Não espere por mim
e não chore, ainda.
A hora é de partir
sem saber o voltar.
Se um dia retornar,
cansada da inglória luta,
da misérias sentidas e vistas
e das alegrias escondidas,
trarei muito mais versos.
E poderemos, então,
juntos chorar...
Giulia Dummont |