ENGENHO NOVO
Engenho novo
Boca voraz
Esmaga esperança
Crença, fé
E guarida.
Braços servis
Esmaga
Cativas almas
Sem Palmares
Sem Zumbis
E sem guarida.
Pela fome acorrentados
Em verde mar atirados
— Sem guarida
Vinhoto nas veias
Bagaços só
Míseros proventos
E sem guarida.
Escravos de sempre
Sonhando viver
Em guarida
Cortam suas vidas e a gana
— Etílica dor!
Nas glebas de cana
Do engenho Guariba.
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