O Vento é poliglota,
viaja pra todo lado,
repertório não esgota,
gosta de falar fiado.
Pra barca que tem vela,
o Vento em Português
faz fu, fu, fu, fu, fu nela,
que é de bambu-chinês.
Em barca que tem janela,
Vento faz phe em inglês,
e lá na Venezuela
Ele faz fêss, fêss, fêss, fêss.
E pra vela numa barca
que na água chinês põe,
Vento quase a encharca
de tanto fõe, fõe, fõe, fõe.
Pra vela que é da França
Ele faz a gente rir,
sopra, sopra, não se cansa,
só faz rir com fü,fü, fü.
Sendo vela alemã,
sua barca não prescinde
do Vento, que traz amã
quando faz win, win, win, winde.
Num batel italiano
a vela é bem maior,
o Vento vem piano, piano
sabe o rumo de cor.
O Vento é que dá duro;
pra chegar no seu destino
obra até no escuro,
El`é nosso Deus, menino!
Marque seu rumo, também,
sua vela firme ice,
ao Vento diga amém,
não creia em agourice.