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Textos_Religiosos-->As mentiras da mídia contra temas religiosos -- 23/04/2007 - 11:03 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As mentiras dos meios de comunicação
Questiona-se o tratamento que a mídia dá aos temas religiosos

Pe. John Flynn

www.zenit.org

CIDADE DO VATICANO, domingo, 22 de abril de 2007 (ZENIT.org).- Os meios de comunicação e a religião não costumam ter uma boa relação. Não é que os jornalistas ignorem os temas religiosos, mas falta qualidade de cobertura. O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de estado do Vaticano, chama a atenção sobre certas discrepâncias.

Em uma entrevista a uma revista francesa, o cardeal criticava a cobertura dada pela imprensa à Igreja Católica, conforme informava Reuters em 31 de março. Freqüentemente, indicava, a mídia se concentra nos temas de controvérsia como o sexo e o aborto, enquanto ignora o trabalho caritativo feito por milhares de organizações católicas no mundo.

«As mensagens da Igreja são submetidas a certa manipulação e falsificação por alguns meios ocidentais», afirmava o cardeal Bertone.

O cardeal também dizia que se deu uma informação falsa do discurso de Bento XVI em Regensburg, em setembro passado, com uma atenção indevida a uma citação do Papa ao que um imperador bizantino dizia sobre os muçulmanos. O discurso, na verdade, era uma discussão sobre o papel que Deus tem na sociedade.

«Os comentaristas que tiram frases de seu contexto em uma extrapolação enganosa exercem seu trabalho de forma desonesta», afirmava o cardeal Bertone.

O cardeal também se referiu à atenção dada ao documentário de Discovery Channel «O Túmulo perdido de Jesus». Afirmava que a publicidade dada a tais argumentos debilita a fé das pessoas.

O documentário, exibido em 4 de março, é um exemplo de como as reportagens dos meios de comunicação podem dar uma impressão falsa dos fatos. James Cameron, o diretor de cinema, afirmava que havia uma evidência estatística sólida de que o ossuário encontrado num subúrbio de Jerusalém em 1980 podia ter contido os ossos de Jesus e de outros membros de sua família, informava Associated Press em 26 de fevereiro.

Logo se examinou a excessiva atenção dada pelos meios ao documentário. O Washington Post informava em 28 de fevereiro que o arqueólogo bíblico William Dever afirmava sobre o sensacionalismo que rodeava o documentário: «Só penso que é uma vergonha a forma em que esta história está sendo inflada e manipulada».

«É um truque publicitário, e fará estes rapazes muito ricos, e afetará a milhões de pessoas inocentes porque não sabem o suficiente para separar os fatos da ficção».

Presunções duvidosas
Carl Bialik, que escreve uma coluna sobre estatísticas para o Wall Street Journal, submeteu a exame a suposta evidência estatística sólida após o documentário. Em um artigo de 9 de março, Bialik estudou a afirmação de que encontrar uma tumba com os nomes de Jesus e outros membros de sua família era tão inacreditável estatisticamente que era uma prova de que, de verdade, se tratava da tumba de Jesus.

As afirmações estatísticas do documentário se baseiam no trabalho do estatístico da Universidade de Toronto Andrey Feuerverger. Seu trabalho demonstrava supostamente que há uma entre 600 probabilidades de que ao vir os nomes sobre a tumba juntos em uma família, esta não pertença a Jesus de Nazaré.

Mas, Bialik apontou que este cálculo era baseado em muitas presunções. Há diferenças de opiniões sobre como deveriam ser interpretadas as inscrições da tumba. Escolher interpretações diferentes das do documentário debilita gravemente a prova estatística de que seja a tumba de Jesus, afirmava.

Além dos problemas de interpretação dos nomes, há também evidências só parciais sobre a freqüência destes nomes na população da época. Ivo Dino, professor adjunto de estatística na Universidade da Califórnia, Los Angeles, manifestava a Bialik: «Não gostaria de tratar com um número como este, porque a audiência, em geral, não entenderá que é muito, muito subjetivo».

As supostas revelações do documentário fazem parte de um padrão da cobertura dos meios de comunicação frente à Páscoa, explicava Charlotte Allen, editora de Beliefnet, em um artigo de opinião publicado em 4 de março no Los Angeles Times.

«Todas estas ‘revelações’ são parte de uma constante indústria caseira que constrói versões alternativas do cristianismo que alguém já possui», comentava Allen. Freqüentemente os «evangelhos» novamente descobertos ou outros documentos respondem à necessidade de pessoas ou grupos de encontrar uma forma doutrinal alternativa que se adapte a suas idéias pessoais de como deveria ser o cristianismo, acrescentou.

«As pessoas que encontram as noções de pecado, salvação, expiação e uma vida apos a morte inacreditáveis ou repugnantes podem apaga-las de suas cosmologias pessoais encontrando um documento antigo onde não estejam», observava Allen.

Revelações posteriores
Como se tratasse de um sinal, a manchete do Time de Londres informava em 21 de março de que «Jesus não foi um trabalhador milagroso».

O artigo informava sobre o conteúdo do livro escrito por Benjamin Iscariot, com Jeffery Archer e Francis Molony, intitulado «O Evangelho segundo Judas». Assegurava-se aos leitores do Times que o livro foi «publicado com a aprovação do Vaticano», e que mostrava que «Jesus não transformou água em vinho, nem acalmou a tempestade no Mar da Galiléia, nem andou sobre as águas».

Como apontava o Guardian em sua reportagem de 21 de março sobre o livro, Archer é mais conhecido por escrever romances, e há pouco sofreu uma pena de prisão por perjúrio. Além disso, o artigo deixava claro que o Vaticano não apoiava o livro.

Falando no lançamento do livro, o padre Stephen Pisano, reitor do Pontifício Instituto Bíblico, afirmava que sua participação no evento não significava que «o instituto, o Vaticano ou o Papa apóiem este livro».

Conforme se aproximava a Páscoa vinham mais coisas. Em 3 de abril, o New York Times publicava um artigo sustentando que não há evidências arqueológicas do êxodo judeus do Egito, guiados por Moisés. Dizia-se que Zahi Hawass, arqueólogo chefe do Egito, havia informado que a história do Êxodo é «um mito».

O contexto da história do New York Times era curioso. Hawass guiava um grupo em uma viagem a um forte recentemente descoberto ao norte do Sinai, e seu comentário sobre o Êxodo foi resultado da pergunta de um jornalista sobre o tema.

Esta afirmação, que aprecia ter sido feita de passagem, apresentando descobrimentos arqueológicos de diferente natureza, se converteu na base de um artigo de 900 palavras no New York Times. Além disso, o artigo destacava por não incluir opinião ou reação alguma contrastada sobre a veracidade histórica do Êxodo.

Apresentação das notícias
A questão sobre a cobertura dos meios também surge da forma na qual se apresentam ou interpretam os acontecimentos. Um caso interessante como exemplo foi como os jornais informaram dos protestos na Turquia na última visita do Papa em novembro passado.

Uma reportagem de 27 de novembro em uma web page espanhola que examina a cobertura que os meios dão à Igreja, «La Iglesia en la Prensa», considerava as diferenças nas manchetes de jornais da Espanha e Itália.

Durante a visita, grupos hostis à Igreja Católica e à presença de Bento XVI organizaram uma marcha de protesto. Os jornais espanhóis sublinharam a hostilidade ao Papa e a presença de milhares de manifestantes. Em contraste, as manchetes de imprensa italianas observaram que o número de manifestantes era muito menor em número que o previsto.

As reportagens dos dias anteriores ao protesto falaram de mais de um milhão de pessoas que tomariam as ruas. Na verdade foram de 15.000 a 20.000 pessoas. As manchetes dos jornais espanhóis, contudo, ignoraram de forma deliberada o fracasso do protesto.

A lição aqui, como diz o Catecismo da Igreja Católica, é que «os usuários devem impor moderação e disciplina em respeito aos mass-media» (n. 2496). Quem utiliza os meios, continua, «há de formar uma consciência clara e reta para resistir mais facilmente às influências menos honestas».

O Catecismo adverte com razão aos fiéis contra a passividade em relação aos meios de comunicação, e recomenda que sejam consumidores vigilantes do que se diz ou se mostra. Dado o comportamento recente dos meios sobre a religião, é uma sábia recomendação.




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