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Cartas-->Meditação e Ciência -- 03/06/2003 - 16:50 (ARTUR MARCIANO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não, não seria mais ligado ao XIX, visto que estou falando da ciência como única fonte de afrimação da realidade, subvertendo o próprio sentido da ciência: isto é um caráter da contemporaneidade. A ciência dos XIX é resultado da expansão do Homem ontológico cunhado na Europa ocidental, mais precisamente, na Inglaterra de Sua Majestade, a Rainha Vitória - aquela que fumava uns béks de vez em quando!... -, o qual teve um resultado filosófico: o Positivismo. E este Homem é, sim, o homem técnológico, mas, concomitantemente, é o cristão (puritano, diga-se de passagem), macho, branco, empreendedor (capitalista).
A nossa ciência é a ciência do esbanjamento tecnológico, a ciência do espetáculo, a ciência do banal (ou do anal?), a ciência de superfície, a qual fez questão de relegar seus escafandristas às profundezas dos livros de História; claro, intimamente ligada à voracidade do mercado - você brilhantemente descreveu a promisciudade dessa relação e suas implicações filosóficas e fenomenológicas, inclusive. Entretanto, convenhamos, esta insaciedade incontrolável e irrevogável é uma marca (™) inexpugnável da contemporaneidade, mas que perpetua, em inércia, a intenção daquela época em que os impérios estavam se estabelecendo (já era a globalização, ou seja, esta não é coisa nova) e necessitavam da expansão de seus mercados.
Quero frisar o seguinte (não estabelecendo, de maneira alguma, uma oposição ao seu pensamento): a ciência que se estabeleceu como uma espécie de religião (cientificismo), no século dezenove, ainda apresentava traços do humanismo quinhentista, o qual buscava resgatar valores supostamente clássicos. Esta ciência que se apresenta agora é, em suma, uma ciência da futilidade - das pesquisas espaciais às comportamentais -, que, longe do pensamento nietzscheano da Morte de Deus - a meu ver, uma crítica nada relacionada à ciência, mas, exclusivamente, à religião cristã ["O que são estes Templos senão túmulos de Deus?!", in: A Gaia Ciência] - representaria a superlativização da vulgaridade de tudo e, como bem disseste, da redução de qualquer coisa, inclusive a própria ciência, à qualidade de objeto de consumo.

----- Mensagem original -----
De: Janiwson S. S.
Enviada em:quinta-feira, 22 de maio de 2003 13:44
Para:Artur Marciano
Assunto:RE: Meditação e Ciência
Prioridade:Alta

Buenacho tche! Budismo hinaiana, budismo maaiana ou budismo zen todos devem levar à boiolice do nirvana!
Porém, quanto ao que vc disse, quanto a esse viver "em um período sufocado por um esbanjamento de tecnologia" não estaria mais ligado à uma cultura (aqui ouso incluir a Meditação e Ciência) do século XIX?! Ou seja, nos idos desse século, países industrializados do continente europeu necessitavam inventar consumidores. Necessitavam ampliar territórios. Para isso, vejo que era preciso expandir o mercado, era preciso apresentar as novidades, oferecidas pela recente tecnologia, aos sujeitos que as desconhecem, talvez até os místicos. E mais que isso: proporcionar a eles o desejo. Sim! O desejo incontrolável, insaciável e irrevogável de consumir.
Tentativas biológicas e sociais conectadas aos equipamentos darwinianos explicam o mundo através da teoria evolucionista. O homem assume, em companhia dos animais, a categoria de espécie em evolução. Assim a moderna procupação com cultura nasceu associada tanto a necessidades do conhecimento quanto às realidades da dominação política. Ela faz parte tanto da história do DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO quanto da história das relações internacionais de poder. Esta é uma relação muito íntima.
Segundo Foucault, a morte de Deus, anunciada por Nietzsche, matou também o homem. A esperança no humano como fundamento de todas as coisas deixa de existir com a ausência da metafísica. Espaço agora ocupado pelo vazio, pelo nada, pelo niilismo. O sol nunca mais girou em torno da Terra, a espécie humana deixou de ser o centro da criação divina e até mesmo o próprio homem - aquele que herdaria o trono de Deus assim que conseguisse matá-lo - fora exilado no passado. "Vede! Eu vos mostro o último homem. (...) Inventamos a felicidade - dizem os últimos homens, piscando o olho" (Nietzsche).
Desse prisma, consumir é a felicidade. Consumir, eis a felicidade; devemos pois, consumir. Consumir MacDonald s, academias, pagodes, shoppings, imagens, roupas, carros, cervejas, bundas, celulares, internet, etc. Sem Deus e suas promessas, o consumo é nossa promessa mais desprezível. Por fim, para podermos saborear, sem remorso, um bom prato de desejos... tentamos resgatar as ciências ocultas, meditação e budismo só para ficarmos em paz com nossa consciência. E mais uma vez matar a Deus, para chegarmos à promessa prometêica, cornucópia tecnológica (vivermos sem trabalhar). Assim, continuaremos analisando, investigando e colecionando informações em nome do "progresso" e do "avanço" tecnológico da civilização. Promessas e mais promessas. E uma vez mais, promessas.


-----Mensagem original-----
De: Artur Marciano
Enviada em: 22/05/03 12:49
Assunto: RES: Meditação e Ciência

É corriqueira a atribuição do título Verdade sob o carimbo
"cientificamente provado". Apesar de todas as ressalvas feitas, à
esquerda e à direita da filosofia, de Karl Marx à Karl Popper, do
materialismo histórico ao neo-positivismo, a ciência, desde o século
XIX, onde alcançou o patamar de religião (Cientificismo), criando marcas
(preconceitos), mitos (distorção de fatos históricos) e monstros
(Frankenstein, de Mary Shelley); infelizmente (mas não
surpreendentemente, visto que vivemos em um período sufocado por um
esbanjamento de tecnologia), não aprendendo a lição dada pelo nazismo e
pelos gulags, a ciência fortaleceu este caráter de formadora da
realidade. E que realidade! A própria magia, eleita a inimiga número um,
submeteu-se a esta ordem, se utilizando de conceitos e da própria
linguagem científica para poder sobreviver.
----- Mensagem original -----
De:Departamento de Recursos Humanos
Enviada em:quinta-feira, 22 de maio de 2003 11:02
Cc:Todos os Usuários
Assunto:Meditação e Ciência

Bom-dia.
A mídia veicula hoje notícia da Agência Reuters, transcrita no final
desta mensagem, que informa sobre a constatação científica de que os
adeptos do budismo são pessoas mais felizes.
A matéria aborda, também, uma outra pesquisa que sugere que a meditação
pode domar a área do cérebro que abriga a memória do medo.
Mesmo sendo improvável que nos tornemos todos budistas, não é difícil
imaginar que podemos absorver alguns dos benefícios da meditação.
Para falar sobre Meditação - dando vida ás nossas vidas - receberemos,
no dia 24 de junho, a Monja Budista Coen.
Durante o evento serão realizados alguns exercícios.
Leomar Daroncho
Chefe do Departamento de Recursos Humanos

Estudos afirmam: Budistas são realmente mais felizes que pessoas
comuns
Reuters
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