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Cartas-->Ser governado é... -- 03/06/2003 - 16:56 (ARTUR MARCIANO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eldo,
Considerar P. - J. Proudhon morto (bem, de fato, ele está) ou o seu pensamento é uma atitude não muito precavida, visto que idéias não morrem. Não chego à discussão, talvez improfícua, de se considerar uma elaboração intelectual morta, como sugeristes com o termo "ressuscitar" (afinal, a intenção da mensagem nem passa perto deste escândalo), pois esta atitude seria, no mínimo, pouco prudente para alguém que tenha uma certa admiração pela cultura, seja ela intelectual, artística, espiritual etc..
É certo que o corpo da importante obra de Proudhon pouco é conhecida por estes trópicos, afinal, dentre tantos outros motivos, a intelectualidade brasileira (dita) de esquerda, foi formada na, por assim dizer, escola do marxismo-leninismo; havendo apenas duas tentativas de apresentação da vasta obra deste verdadeiro homem de ação (auto didata, inclusive em grego, latim e hebraico, filho de um pobre construtor de barris, na cidade de Besançon): Proudhon , de Edson Passeti e Edgar Resende (dois intelectuais paulistas, salvo engano, atuantes no pensamento libertário) e Pluralismo e Autogestão , de Jean Bancal (Doutor em Sociologia pela Sorbonne). Boas obras, entretanto, resumos, seleções, análises e comentários (principalmente em Bancal, o qual tentou condensar toda a obra de Proudhon, após uma crítica particular).
Entretanto, não vou perder tempo fazendo apologia dele, aliás, fico com Cioran, quando declara que "o Homem, amo-o e odeio-o com uma veemência que me condena à passividade", mas você bem que poderia ter dito ao público que Marx, dois anos antes do citado A Miséria da Filosofia , em sua Sagrada Família declarou que Proudhon era O MAIS IMPORTANTE SOCIALISTA FRANCÊS. Não perderei tempo, também, comentando a índole do filósofo e economista Marx, o qual forçou sua filha a se casar com um socialista francês, visando estabelecer uma proximidade com o proletariado da França (absolutamente perfilado com o Mutualismo de Proudhon e, posteriormente, com o Anarquismo de Bakunin), e, conseqüentemete, teve de arcar com o suicídio da mesma, ou seria da outra filha dele (não estou bem certo agora) ou com suas confidências ao camarada Kungelmann acerca do seu apoio à política beligerante de Von Bismark, onde afirma em sua correspondência que "Bismark trabalha a nosso favor, a seu modo", fazendo alusão à iminente guerra Franco-Prussiana, a qual, o filósofo e economista alemão pretendia ser um aríete para impor (como parece ser de seu costume) a sua visão do Socialismo ao proletariado francês.
Concordo contigo ao afirmares que Anarquia (particularmente, prefiro Anarquismo) e Economia de Mercado não resolvem, contudo, penso, modestamente, que o festejado Socialismo, tido como uma evolução (concepção descuidadamente muito presente nas cartilhas marxiitas, a qual demonstra um interessante viés do pensamento do filósofo e economista Marx, qual seja, a do EVOLUCIONISMO, doutrina mais do que execrada do universo das Ciências Sociais, e do DETERMINISMO, um dos fundamentos da crítica de Fred Nietzsche aos socialistas, taxando-os, de forma pejorativa, de cristãos) foi-se (já tarde) com a poeira do muro de Berlim, não obstante, fico, também, muito surpreso de alguém aparecer para defende-lo após a Queda, o fim da Cortina de Ferro, o malogro do Socialismo Cubano, e a abertura ao mercado promovida pela República Popular da China, sem contar que todos os regimes erigidos sob esta bandeira massacram milhões de seres humanos, só perdendo para o maldito Capitalismo - sem concorrentes, por sinal, na arte da chacina. Outrossim, afirmar peremptoriamente que "qualquer coisa diferente disso é LENDA", diga-se de passagem, disso que foi um dos fatos responsáveis pelos maiores banhos de sangue da história da humanidade - Hitler e toda sua cachorrada ficariam enrubescidos com os patíbulos proliferados por Stalin; Pol Pot, Fidel, Mao-Tse Tung, Ho Chi Minh, e das marionetes de chumbo da Europa Oriental - é surpreendente também, assim como dizer que "é atraso", no estilo do assassino Lev Trotsky (que bem mereceu aquela picaretada na cabeça, no México), que declararia "é o lixo da História!".
Vejo mesmo que "quem comanda são as instituições políticas e coletivas", Max Weber teria outra opinião, principalmente agora que as Quatro Irmãs (Exxon, Esso, Shell e Texaco) preparam mais uma rapina no Oriente. Mas crença é crença e "só se vive por falta de saber, a partir do momento que se sabe, não se compactua mais com nada".
Um grande abraço e A Luta Continua S/A.
P. S.: Há um equívoco sério de tua parte, quando afirmas que Proudhon era assumidamente hegeliano, visto que ELE NUNCA LEU HEGEL.
P. S. (2): A dialética de Hegel nada tem de revolucionária, visto que seus estudos acerca da dialética fundamentam-se nos fragmentos do pensamento do filósofo jônico Heráclito de Éfeso.
P. S. (3): A propósito de Hegel, diria o dinamarquês Sören Kierkgaard, saindo em defesa de Schopenhauer: "... aquele professorzinho medíocre".

----- Mensagem original -----
De:Eldo Luiz Pereira de Abreu
Enviada em:sexta-feira, 14 de março de 2003 17:30
Para:Artur Marciano
Assunto:RE: Ser governado é...






Nobre colega,

Fiquei muito surpreso pelo fato de alguém conseguir ressuscitar P.J.Proudhon.
O azar desse “filósofo” e “economista”, acredito, foi ser contemporâneo de Karl Marx.
Quando tal anarquista professou que o “socialismo científico” seria a “filosofia da miséria” (obra de Proudhon), referindo-se ao trabalho de K. Marx, este respondeu escrevendo a “A miséria da Filosofia”, levando a crer que Proudhon, assumidamente hegeliano, não havia assimilado nada do grande filósofo alemão (Hegel) e sua revolucionária DIALÉTICA.

A Anarquia não resolve!

Muito menos a Economia de Mercado!

O Socialismo é um estágio de evolução do homem na sociedade. Quem comanda são as instituições políticas coletivas. Qualquer coisa diferente disso, é LENDA (lembra ?), superstição e/ou atraso.
A luta continua....
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