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Cronicas-->EU & EGBERTO GISMONTI -- 26/10/2003 - 10:25 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Gente, um prazer que mantenho habitualmente é o de ouvir Egberto Gismonti. É como se sentir tocado por uma nova emoção a cada revisitada.
Tudo começou com o estardalhaço da premiação do álbum "Dança das cabeças", antológico encontro entre Gismonti & Naná Vasconcelos, agraciado com o disco do ano concedido pela Downbeat. O zoadeiro foi grande que a minha curiosidade não permitia passar em branco. Fui na loja mais próxima e comprei o disco, não lembrando o ano, sou péssimo com datas. E quem não arregalou os olhos aos primeiros acordes da peça ao som do violão e percussão exóticas, chegando até o final estupefato com a êxtase de uma dança transcendental, não sabe o que perdeu e ainda está perdendo.
Só depois, muito depois vim a saber que antes da "Dança", ele já havia gravado o "Carmo", destacando as músicas "Baião malandro" e "Café", canções essas revistas no álbum "Sol do meio dia", gravado em Oslo.
Após estes, adquiri o "Nó Capira", destacando "Frevo", "Selva Amazónica" e "Canção da espera", esta última uma das muitas parcerias dele com o poeta Geraldo Eduardo Carneiro.
Cheguei então a conhecer o "Solo", com uma série de releituras ao violão. Quando veio, logo em seguida, o "Circense", com belíssimas canções como "Karatê" que apesar do nome é um frevão rasgado, "Mágico" e a belíssima "Palhaço". Foi esta última a responsável por uma série de audições seguidas regadas a umas biritadas violentas, resultando num poema que, não me contive, e enviei pro Gismonti, inaugurando uma série de correspondências trocadas com o grande artista, sempre atento aos que lhe requisitavam atenção.
Vi também o "Guia das ruas e dos mistérios da cidade do Salvador da Bahia", com textos de Jorge Amado e músicas dele, e o álbum duplo "Sanfona" dele & Academia de Danças, com um trio formado por Mauro Senise, Zeca Assumpção e Nene.
Foi a partir daí que comecei a ouvir um zunzunzum me parabenizando pela poesia no disco seguinte de Gismonti. O que? Muitos amigos me telefonando, felicitando-me pelo fato. Que disco? Fiquei curioso e sai rodando as lojas, quando consegui comprar o álbum "Em família", uma homenagem dele e do Branquinho, seu filho recém nascido, para a Rejane Medeiros.
Acontece que os discos do Gismonti sempre traziam um encarte, o "Jornal Caipira", onde meio mundo de gente de peso transitava. E neste álbum, eu figurava no meio das estrelas com o poeminha que eu havia escrito e enviado para ele. Dá prá ver, né, a emoção. Eu ainda nem tinha publicado meu primeiro livro.
Ouvi bastante o "Folk Songs" onde figurava, ao lado dele, o Jan Garbarek, no sax, e o Charlie Haden, no baixo. Depois, "Mágico", uma nova incursão do trio. Vieram mais outros que ouvi bastante, destacando o "Trem Caipira", uma releitura belíssima da obra de Heitor Villa-Lobos. E também o disco solo "Alma".
Foi quando ele estava trabalhando o álbum "Coração Cidade" que me enviou um telegrama, avisando um concerto no Teatro do Parque, em Recife, em dia e hora marcados. Fui lá e viajei no som por mais de duas horas. O pessoal do Conservatório de Música estava embevecido. E eu também. Ao final, fui até o camarim, ele parecia que me havia reconhecido vez que entrei com o "Para viver o personagem do homem" e "A intromissão do verbo", meus dois primeiros livros de poemas, o primeiro para ele autografar em cima do poema, e, os dois, ele mesmo exigiu que eu autografasse para ele. Conversamos um bom tempo, eu já encolhido pela timidez e mais pela estatura enorme dele, grandalhão como a sua obra.
A correspondência era trocada periodicamente com as novidades, até que veio "Feixe de luz - todo começo é involuntário -", dele e da Academia de Danças. E mais "Danças dos escravos", "Zig Zag" e mais tantos outros de sua discografia extensa.
Tive mais um encontro e um desencontro com ele. O desencontro foi em Recife, quando cheguei no hotel, ele havia ido para o Centro de Convenções passar o som. Quando cheguei lá, ele havia voltado para o hotel. Como a distància de um para o outro era grande, de Olinda para Boa Viagem, para não ficar feito bate e volta, aguardei no restaurante do Centro até o começo do concerto. Não perdi a viagem e sai satisfeitíssimo. Conversamos rapidamente porque ele estava apressado para pegar o avião para seguir para Europa.
O outro encontro foi no circo do Maceió Jazz Festival, quando trocamos idéias e presentiei outros títulos literários que já havia publicado e ainda não remetidos.
Gente, quem teve a oportunidade de ouvir "Loro", dedicado ao bruxo sonoro das Alagoas, Hermeto Pascoal; "Frevo", "7 anéis", "Bailarina", "Sanfona", "Coração", "Carta de Amor" ou outras tantas das belíssimas canções do Egberto Gismonti, sabe da grandeza de sua musicalidade. Quando tiver oportunidade, dê uma checada e constate o que digo. Você, com certeza, não irá se arrepender. Tichauses, vou ali e volto já.

©Luiz Alberto Machado. Direitos Reservados

Veja outros textos sobre música & dicas em http://www.vaniadiniz.pro.br/la_musica.htm
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