Você que se tornou paizão ou voinho, precisa de muito cuidado na maneira de se comportar. Verifique se não está numa crise de mono-assunto, só Zezinho - "Zezinho é um menino parrudo, dizem que ele é minha cara, faz cada manobra no velocípede, já mexe no computador como gente grande, um gênio, uma fera mesmo!"
Olhe o ridículo! Lembre-se que o menino prodígio é o filho do amigo, e não o seu.
Outro erro fatal é quando estamos numa roda, e no ápice do assunto, o Zezinho chega e você, que está resolvendo um assunto sério, entra num colapso de amnésia seletiva, deixa os amigos e se volta total para o filhão, se levanta e vai ver a lagarta rajada, na folha do cajueiro... Ah, dá um tempo, assim você vai perder os amigos, e botar a perder o Zezinho.
Por favor, não deixe também o Zezinho atender ao telefone. Ele nunca lhe chama, fica só naquela de "Quem é?", "Pra que é?", e aí lá se vão meus nervos por água abaixo!
Amigão, pare de mostrar o mundo fácil e cor de rosa voltado exclusivamente para o Zezinho. Mais tarde, quando ele virar Zezão, e perceber que nada é fácil, e que a vida tem mais "Não!" do que "Sim", ele vai lhe odiar.
Paizão, pega de leve, mas manda ver!
(Esta crónica é do meu livro "Crepes, Tafetás, etc Gravatas", que está anunciado na coluna "Vitrine" |