Usina de Letras
Usina de Letras
53 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62245 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10372)

Erótico (13571)

Frases (50643)

Humor (20033)

Infantil (5441)

Infanto Juvenil (4770)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140812)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6199)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A CONSTRUÇÃO -- 12/01/2005 - 14:12 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A CONSTRUÇÃO

Fernando Zocca



Zé K. Della analisava Tupinambica das Linhas desde o final de janeiro de 2004. Ele notou que os munícipes, ali mesmo na praça central, comentavam sobre o novo projeto do prefeito: um pontilhão
K. Della lembrou-se do Odorico Paraguaçu, que em não tendo como justificar sua presença na prefeitura da cidade, inventou uma obra, supostamente atrativa das atenções, no seu município.
Odorico, o bem amado, construiu seu cemitério, mas não encontrava cadáver para o sepultamento unaugural.
Diziam fazer parte da iniciativa do sr. prefeito, de Tupinambica das Linhas, a dúvida sobre o local onde se materializaria a aventura.
Esse componente da intenção - a dúvida - indicava muito bem, a desnecessidade do tal empreendimento. E informava também não saberem os políticos o que fazer com aquela batata quentíssima, chamada prefeitura, nas mãos.
Ora, como era sabido, por toda a população, a cidade, paupérrima, não despertava interesse nos turistas. Então para minimizar o problema, de ausência do movimento comercial, eles -os políticos doidivanas - criaram uma espécie de feira de artesanato, onde se fazia de tudo, inclusive pés-de-pato.
Não existia crescimento econômico, mesmo porque ele era dependente da política financeira do Governo Federal. E esse optara pela contenção da inflação. Isso era conseguido com taxas bancárias de juros, extremamente indigestas, aos empreendedores. Portanto, quem afirmasse haver na cidade de Tupinambica das Linhas ou na sua região, desenvolvimento econômico, estava redondamente enganado e enganando.
Bem, como justificar então, aos eleitores o descumprimento das promessas da campanha? Ora as ratazanas velhas do partido, com suas cacholas empoeiradas, sabiam ser um dos princípios básicos de qualquer governo, a oferta do pão e circo.
Jarbas, tinha propensão a oferecer os espetáculos circences, visto ter sua origem familial, ocorrida no circo do Venenoso.
Então com aquela sua equipe maluca de governo frouxo, o caquético tentava justificar, ao povo eleitor, a sua escolha. Até torneios de ping-pong, incentivos à construção de hortas e contratação de médicos ele promovera.
Alguns adversos mais avisados, diziam: isso feito por ele, qualquer um faria. Os oponentes queriam saber, quem é que daria a volta por cima do jeito que eles, os excluídos, deram.

O PAI ESTUPRADOR

Num bairro afastado, nas cercanias da linha férrea, um ferroviário, pescador pançudo, de fim de semana, com aquele seu bigode fino, havia estuprado a própria filha.
O crime ocorreu, num quarto em construção, da residência da família.
Quando prenderam o estuprador, para defender-se, ele alegou ao doutor delegado, desejar punir a mãe da moça, sua mulher, que não mais o amava.
A pobre senhora já expressara seu desejo de abandona-lo. Ela cansara-se de apanhar e sofrer maus tratos.
O pai pinguço e tabagista, quando tomado pela tosse quase perdia a consciência. Seu ódio e impiedade fizeram crer à autoridade pública, que o ferroviário deveria ser internado. Pelo menos sua mulher e as demais filhas, não correriam o risco de morrerem esfaqueada pelo louco.
Em outra versão dos fatos, quando já estava em liberdade, instruído por um advogado, o pai negara a prática do delito, atribuindo-o a um pé-rapado que não saia da sua casa.
Em troca da promessa de que não abandonaria a mãe, o estuprador fez sua vítima confirmar a autoria do delito, ajudando-o na acusação do otário.
O casal separou-se, e o laranja sofreu injustamente a perseguição do odiento por muitos e muitos anos.


Fernando Zocca, 53, é escritor, advogado e jornalista.




Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui