Bons tempos aqueles idos.
Onde punha-se a alma em folha de papel,
Mostrava-se por inteiro e sem delongas
Moldando, lapidando, sentimento eloqüente
Fervecente, dilacerador de peito,
Que arrebentava feito ondas em sol quente.
Bons tempos aqueles idos.
Que como a calma das manhãs
Trazia alento à espera castigante.
Com suavidade e ternura
Abria a carta a criatura e com o
Coração batendo forte lia abaixo, a assinatura.
Hoje os tempos são outros
Não menos bons que aqueles idos
Porém, o carteiro se perdeu e
Entre a velocidade e o pensamento
Resolveu o mensageiro partilhar,
Abusar de tamanho encantamento.
Porém, diz ele, “o carteiro:”
- A mensagem é tão rápida,
Tão precisa, que não dá tempo à criatura
De colocar alma no que escreveu.
Fazendo com que o amor , a amizade
Recebam logo de volta a mensagem...
Mensagem dizendo...Adeus!!!
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