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Artigos-->Uma breve história dos quadrinhos -- 29/08/2002 - 12:22 (Hilton Görresen) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA BREVE HISTÓRIA DOS QUADRINHOS



A comunicação através das imagens não é coisa recente. Manifestava-se já na Idade da Pedra, com as inscrições rupestres, e posteriormente por intermédio de tapeçarias, vitrais, afrescos, estampas, charges, etc., cujas imagens apresentavam um sentido ou uma narrativa para o receptor.



Os quadrinhos, como produto da comunicação de massa, têm seu início no final do século 19, fruto da disputa entre os grandes magnatas da imprensa para incrementar as vendas de seus jornais. Nessa época, entre 1895 e 1896, nasceu o primeiro personagem oficial das HQs, Yellow Kid, ou Menino Amarelo, cujas aventuras evoluíram de simples charge para uma narrativa de três ou quatro quadrinhos, com a utilização dos balões para conter os diálogos. O personagem e suas traquinagens caíram no gosto do nascente público leitor e muitos passaram a adquirir jornais apenas para acompanhá-las.



Devido a esse sucesso, os líderes da imprensa começaram a procurar desenhistas que lançassem novos personagens. Em 1897 surgiam os Sobrinhos do Capitão, de Dirks, que, com o desaparecimento de Yellow Kid, é considerada a história mais antiga, até hoje existente. Posteriormente, foram lançadas outras histórias cômicas, cujos personagens eram crianças travessas, animais ou estranhos adultos, a exemplo de Buster Brown (no Brasil conhecido como Chiquinho), Krazy Kat, Gato Felix, Pafúncio, Popeye etc. Eram editados em tiras diárias (strips) ou em páginas dominicais.



Por ocasião da quebra da Bolsa nova-iorquina, em 1929, fato que mergulhou o país no caos, os editores encontraram ocasião propícia para lançar no mercado o personagem heróico, aquele que vive em constante luta contra os inimigos, enfrentando situações novas e difíceis, para, ao final, sair vencedor. O povo, deprimido, necessitava de heróis. E os primeiros heróis dessa lavra foram Tarzan, que havia anteriormente estreado no cinema e Buck Rogers, herói espacial de um tempo futuro, aproveitado da obra "Armagedon 2419" de pulp fiction, ou romances populares, muito vendidos na ocasião.



Para que esses heróis tivessem credibilidade junto ao público, não era possível que fossem desenhados caricaturalmente como seus antecessores. Nem se poderiam limitar suas aventuras ao espaço de uma tira ou de uma página dominical. Foram introduzidos os desenhos realistas nos quadrinhos, mostrando o herói com características humanas, tal como o Tarzan de Hal Foster, artista que tinha influências dos grandes pintores. Ao mesmo tempo, suas histórias eram publicadas em partes, que continuavam diária ou semanalmente, como acontecera com os folhetins, literatura popular muito em voga no século anterior.



Na época da Lei Seca, quando proliferaram os gângsteres, Chester Gould criou Dick Tracy, personagem que lutava contra o crime de maneira brutal. Um fazendeiro,Fred Harmann, criou o vaqueiro Red Ryder que, juntamente com o Sargento King da Polícia Montada, do escritor Zane Grey, foram os iniciadores das aventuras de faroeste nos gibis.



Mas o ano fértil das HQs foi 1934. Participando do concurso de um dos syndicates que distribuíam e dominavam os quadrinhos, Alex Raymond, de uma fornada só, deu vida a três personagens importantes: Flash Gordon, o herói espacial, Jim das Selvas e Agente X-9. Lee Falk e Jim Davis criaram Mandrake, o mágico, que já antecipava o tipo de herói com poderes acima do homem comum. Nesse ano surgiu também Lil Abner (Ferdinando no Brasil), criação de Al Capp, um dos maiores humoristas satíricos. Também Milton Caniff, um dos grandes criadores de quadrinhos, iniciava, de maneira incipiente, sua série "Terry e os Piratas", evoluindo seu magnífico traço que influenciaria muitos desenhistas.



Foi nessa época que começaram a circular os primeiros comics books, ou revistas que reuniam tiras com as aventuras de determinados personagens. No Brasil, foi o ano em que Adolfo Aizen editou o "Suplemento Juvenil", encarte do jornal "A Nação" que trazia histórias com os principais personagens americanos. Mais tarde, o jornal "O Globo" também lançou um suplemento, "O Globo Juvenil", e foi responsável pela criação da revista "Gibi", nome que se popularizou como sinônimo de revista em quadrinhos. Mas a pioneira no Brasil foi a revista "O Tico Tico", fundada em 1905 que publicava quadrinhos nacionais e trouxe para cá Buster Brown (Chiquinho), de Outcault, criador de Yellow Kid, apesar de muitos acharem que esse pequeno personagem era brasileiro.



Em 1936, mais um personagem fantástico: o Fantasma, de Lee Falk e Ray Moore. Pela primeira vez, um herói de gibi usava indumentária diferente das outras pessoas, incluindo a máscara. Com o Fantasma é acionado o mito da "missão do herói", algum fato marcante ocasiona sua férrea disposição de combater o crime. Um ano mais tarde, Hal Foster entregou seu Tarzan nas mãos competentes de Burne Hogarth, considerado o Michelangelo dos quadrinhos e passou a desenhar sua própria criação, Príncipe Valente, cujo tema eram as aventuras de cavalaria, nos tempos de Rei Artur.



Até esse momento, os personagens de quadrinhos eram ainda pessoas normais, que contavam somente com uma energia física melhor desenvolvida ou uma inteligência superior. Em 1938, porém, houve uma revolução no mundo das HQs com o aparecimento de um herói de poderes extraordinários. Não era um avião, nem um pássaro, era o Superman, criado por dois jovens estudantes, Jerry Siegel e Joe Shuster, que levaram cinco anos oferecendo-o às editoras, mas essas não colocavam fé num ser tão fora do comum. Publicado, afinal, na revista "Action Comics", tornou-se de imediato o sucesso que perdura até nossos dias. Na esteira do Superman vieram outros super-heróis, como Batman, em 1939, e o Capitão Marvel, em 1940, personagens que também tornaram-se populares. Esse último, divertida caricatura do Homem de Aço, desapareceu na década de 50, em virtude de um processo dos detentores dos direitos de Superman.



Com o Superman inicia-se verdadeiramente a Época de Ouro dos Quadrinhos. Os comics books, que agora se alastravam, lançavam novos heróis, como Flash, Homem Submarino, Tocha Humana, Mulher Maravilha, Lanterna Vermelha, etc. Em 1941, sob a ameaça da 2ª Guerra Mundial, criou-se o Capitão América, com o fim específico de lutar contra os inimigos do Eixo. Deflagrada a guerra, atendendo ao pedido do presidente Roosevelt, praticamente todos os heróis dos quadrinhos engajaram-se na luta, incentivando a juventude americana que, ao contrário deles, iria enfrentar batalhas reais, não somente no papel.



Em 1941, os quadrinhos deram um salto qualitativo, com a criação do Spirit, de Will Eissner, que utilizou a técnica expressionista, fazendo magnífico uso de luz e sombra em histórias que pareciam retiradas de contos literários.



Com o final da guerra, os leitores achavam-se saturados de super-heróis. Era preciso encontrar novos caminhos para os quadrinhos. Foi nessa época que se transportaram para os comics os caubóis que faziam sucesso no cinema, como Tom Mix, Buck Jones, Roy Rogers, Gene Autry, Rocky Lane e outros que eram as delícias da garotada. Uma editora, a EC Comics, reunindo um seleto grupo de desenhistas e roteiristas, trouxe para os comics as histórias de horror que já faziam sucesso em revistas populares. Surgiram, assim os "contos da cripta", com desenhos fortes e insólitos para a época. Essa onda de histórias de horror chegou ao Brasil com a revista "Terror Negro", da Editora LaSelva.



Na década de 50, alguns pais e professores que julgavam as HQs prejudiciais à juventude, encontraram um grande aliado em sua luta para combatê-las: um psiquiatra, Frederic Wertham, escreveu um livro de grande impacto contra os quadrinhos, acusando o excesso de violência e o comportamento de alguns heróis, chegando ao cúmulo de identificar Batman e Robin como homossexuais. Era época da "caça às bruxas", que tinha à frente o senador McCarthy, e os quadrinhos entraram no rolo e passaram a ser discriminados, ao lado de comunistas e anti-americanos. Criou-se um código de ética, como já existia no cinema, e muitas publicações, como os "Contos da Cripta", foram inviabilizadas.



Na década de 60 iniciou-se o que se conhece como Época de Prata dos quadrinhos. Foi quando aconteceu o relançamento ou a ressurreição de super-heróis de antigamente, a maioria com novo visual. Essa revoada de heróis, que também invadiu a TV, serviu de matriz para as posteriores criações de seres de todo tipo, mutantes, andróides, que dominam as publicações atuais.





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