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Cordel-->A MULHER E SEUS ANIMAIS -- 08/03/2010 - 17:54 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em homenagem à mulher em seu Dia Internacional

A MULHER E SEUS ANIMAIS

I

Santo Deus que tudo pode
Para o que der ou vier
Perdoe-me se aqui escrevo
Aquilo que não convier,
Se nós viemos do macaco
Ou mesmo de algum buraco
Não vou perguntar sequer.

II

Sei que homem e mulher
Assim diz velho ditado
Um para o outro nasceu
De modo desencontrado,
Pois que homem é animal
E a mulher é o seu igual
Um belo anjo ao seu lado.

III

O que se tem observado
Parece mesmo bobagem
Mas é só pensar um pouco
Na razão desta mensagem,
Pois seja feia ou bonita
Toda mulher necessita
De um JAGUAR na garagem.

IV

Ela quer camaradagem,
Além de boas propostas
E para suas perguntas
As mais seguras respostas,
Deseja acima de tudo
Um VISON de sobretudo
Para lhe aquecer as costas.*

V

Dentre todas as amostras
Sabe escolher a mais bela
Fica feliz quando encontra
Qualquer solução singela,
Por isso a verdade eu falo
Mulher escolhe um CAVALO
Que só se esforça por ela.

VI

Sempre quer ao lado dela
Alguém bastante sensato
Que lhe dê carinho e amor
E pra ser bem mais exato
Nenhuma mulher reclama,
Quando tem na sua cama
Um vaidoso e belo GATO.

VII

Na cidade ou no mato
Na baixada ou no morro
Quando se vê em apuros
Mulher grita por socorro,
Vendo-se fraca e esquecida
Desprezada e sem guarida
Apela para um CACHORRO.

VIII

Desfaz-se logo do gorro
E tira também a roupa
Para quem se faz de rei
Mesmo vestido de estopa,
Um LEÃO com muita fome
Com certeza ele come
A mulher que lhe dá sopa.

IX

O espelho ela não poupa
Nele se olha com largueza,
Mas se enxerga uma ruga
Logo se entrega à tristeza
E vai atrás de um VEADO
Pra fazer o seu penteado
Lá no salão de beleza.

X

Mulher com toda certeza
Aguarda um bom graúdo
Valente e muito sábio,
Que porta forte escudo
E que a faz ficar por cima,
Portanto ela muito estima
Um BOI enorme e chifrudo.

XI

A mulher por um barbudo
Que não tem a mão fechada
Pula a cerca muitas vezes,
Se for cabrita ousada,
Sob um BODE se arqueando
Reboleia vez em quando
Ao som de sua bodejada.

XII

Mulher gosta de piada,
Porém não do chororó
Já que é muito faladeira
Nunca deseja estar só,
Se a solidão lhe é um saco
Venha logo um MACACO
Pra lhe fazer um xodó.

XIII

Mulher de ninguém tem dó
E tão logo cedo apronta
Para o seu companheiro
Com quem à toa confronta,
Porém adora um casmurro
Só porque ele é o BURRO
Que sozinho paga a conta.

XIV

No fim a sorte desconta
E isso é um belo mote
Pois neste mundo se paga
O que se ganha por dote,
Uma longa estrada é larga
Ao JEGUE, animal de carga,
Com a mulher no cangote.

XV

Acho que ganhei meu lote
Um tesouro valioso:
Uma mulher fez de mim
Homem viril valoroso,
De minha mãe é que falo
E sobre a outra, me calo,
Porque me fez desditoso.


*A forma doméstica de vison-americano é criada em quintas especializadas pelas suas peles lustrosas, que é bastante apreciada. Criadores desenvolveram uma gama de cores que vai desde o preto ao branco. Uma espécie relacionada, Neovison macrodon, foi caçada até à extinção no século XIX. (certamente para que a mulher tivesse o seu casaco de pele).

BENEDITO GENEROSO DACOSTA
benegcosta@yahoo.com.br
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