Em outros países, políticos chegam a cometer suicídio quando têm o nome manchado publicamente. No DF, Arruda prega a humildade, Tartuce ignora processos e Tatico diz que problemas atrapalham a campanha mas não tiram voto
O mais grave escândalo político dos últimos dez anos no Congresso Nacional foi o da violação do painel do Senado durante a votação que cassou o senador Luiz Estevão. Nele, outro representante de Brasília, também com carreira meteórica, quase pôs um ponto final na sua vida política. José Roberto Arruda (PFL) era senador pelo Distrito Federal e líder do governo no Congresso. Após ler a lista de votação e admitir o erro, renunciou ao cargo em maio de 2001 para evitar a cassação. Voltou ao trabalho burocrático de funcionário concursado na Companhia Energética de Brasília (CEB). Hoje, disputa com o ex-secretário de obras de Brasília Tadeu Filippelli (PMDB) o primeiro lugar na disputa para deputado federal.
A campanha de Arruda tem como base a humildade. O ex-senador vai de porta em porta nas cidades do DF pedindo uma segunda chance. ‘‘Vi uma lista que não deveria ver. Errei. Tinha dois caminhos a seguir: deixar a vida pública ou recomeçar de baixo’’, afirma o engenheiro, que usa o erro como proposta de futuro projeto nas ruas. ‘‘Com a autoridade de quem viu a lista posso dizer: o eleitor deve ter o direito de ver a lista que vi. Enquanto existir o voto secreto não haverá democracia plena.’’