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cronicas-->025 - Quem me salva da Polícia ? -- 11/11/2003 - 06:52 (Carlos Alcino Valadão Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em frente a minha casa, no Conjunto Sol Nascente, tem um boxe da Polícia Comunitária e ao lado um terreno devoluto, onde colocaram duas traves improvisadas para jogarem futebol, o que é totalmente desnecessário, visto que a cinquenta metros existem três campos oficiais, muito bem equipados.
Mas até aí, tudo bem, não fossem as partidas de futebol acompanhadas, constantemente e aos berros, de palavrões os mais sujos possíveis. Porr..., virou vírgula; Vai tomar no ..., é ordem dada a cada jogada errada; e Filho da ..., é elogio dado, sempre que há uma botinada. Como os mal-educados são uns "tremendos perna-de-pau", imagine a sinfonia horrenda de palavrões que somos obrigados a ouvir; eu, minha esposa e três menores, incluindo uma menina de 11 anos.
Os xingamentos são tantos, que às vezes um palavrão é entrecortado por outro, em tom ainda mais alto, gerando um terceiro ainda mais esdrúxulo. Quem não vê o que eles estão fazendo, pensa logo que é um concurso de Xingação. E tudo isso bem ao lado de um Posto Policial.
Quando este recital de aspereza e imoralidades começa, tenho que trancar minha filha dentro da casa e fechar portas e janelas, na tentativa vã de eximi-la passar por este constrangimento, pois somos muito bem-educados e não costumamos usar deste linguajar em nossa residência. Além de ter meus tímpanos estuprados ainda sou prejudicado financeiramente, pois tenho que acender làmpadas em pleno dia e ventiladores, por causa do abafado calor. O agravante é que nenhum desses grosseiros, são moradores da minha rua.
Pensa que acabou? Não! Agora vem o pior, o verdadeiro motivo desta crónica-desabafo. Quando telefono para a Polícia Comunitária; aquela que está bem ao lado do campo improvisado; sou tratado com desprezo e ironia. Além de não atenderem às minhas reclamações ainda debocham.
Eu mesmo, correndo todos os riscos físicos, terminei com o "Xingabol". Primeiro, pedindo; depois reclamando; exigindo; brigando e por fim expulsando, na marra, na cara e na coragem, os xingadores, sem nenhuma ajuda dos pretensos defensores da Lei. Consegui, depois de muitos aborrecimentos e todos os calmantes possíveis e imaginários, acabar com o futebol de palavrões nos dias úteis.
Mal se passaram 15 dias de sossego e tranquilidade e, eis que numa manhã de sábado, sou violentamente acordado por uma enxurrada de palavras de baixo calão, desta vez proferidas por um tom ainda mais grave e vigoroso. Do portão pude identificar que todos os xingadores eram desconhecidos, ao contrário dos palavrões proferidos, que eram bastante conhecidos, ou seja, os mesmos.
Quando telefonei para o boxe da Polícia Comunitária para reclamar, fui rechaçado agressivamente pelo soldado que me atendeu, dizendo que eu era muito chato e que já os estava irritando com minhas "queixinhas", e que não mandaria parar futebol nenhum, pois quem estaria jogando eram colegas de farda, que estavam comemorando a despedida de um Sargento e bateu com o telefone na "minha cara".
Imediatamente telefonei para o Comando Geral, aonde fui muito bem atendido, que comprometeu-se em enviar uma viatura, que chegou logo que possível e depois de ouvir minhas reclamações e atestar a veracidade de minhas queixas, encerrou a partida.
Daí em frente, ao invés de melhorar, piorou, pois os componentes do Posto Policial, tomaram-me como inimigo, já que toda a vez que começam a jogar, os palavrões são inevitáveis e a minha reclamação ao Comando Geral, também.
Já fiz queixa por escrito ao Comando Geral, a EMURB, a Prefeitura e o jogo ainda continua. Da última vez, segunda-feira passada, um soldado me desafiou, dizendo que se eu era homem que fosse lá retirar as traves. Fato que não aconteceu, por sorte minha, porque meus filhos se agarram às minhas pernas e não me deixaram sair de casa.
Será que eu terei que morrer, como aconteceu com tantos outros cidadãos honestos e trabalhadores, pelas mãos de maus policiais, por ter o atrevimento de exigir meus direitos legais?
E logo eu, que saí do Rio de Janeiro para fugir da violência, e escolhi "a dedo", Aracaju, justamente pela simpatia do seu povo e a qualidade de vida, morte vou encontrar, sendo vítima daqueles que deveriam defender-me?
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