As pessoas, mesmo estando sozinhas, não percebem que podem ferir elas mesmas... com um pisão no próprio pé ou tropeçar e cair de cabeça.
E eu fico me olhando no espelho, odiando meus traços, o que poderia ser um belo moço diante do mundo, mais parece um palhaço. Mas de passo à passo é feito o caminho, assim como o grande pássaro cuida do filhote que cresce no ninho.
Certa vez observei um rosto, foi quando quase morri de desgosto. Todos transitavam, nada diziam, apenas a infelicidade remoíam e toda aquela tristeza me incomodava, todos passavam e não diziam nada, com a cara feia, amarrada, na mão carregando uma pasta.
Todos sempre caminham ao trabalho! Mais chato do que jogar baralho! Prefiro um trato do que um contrato. Lavo uma pilha de prato e limpo toda a cozinha, mas não assino sobre uma linha fina sob palavras que podem matar alguém.
Este alguém eu não sei. Mas se bobear pode ser eu mesmo, afinal até o catolicismo, os que dizem de Deus serem filhos...estes gananciosos assassinos também já assumiram não serem perfeitos.
Há o assassino que mata sem querer. O homem mata pra comer, o rico cria a fome entre o pobre e ainda é o assassino que vai preso! Estas leis inventadas a esmo! Isso sim me dá medo!
E o pai que a educação critica, transa com a vizinha e deixa a filhinha vendo televisão e depois de alguns anos acha um absurdo vê-la grávida rebolando o popozão!
Um absurdo é o que acontece nas ruas das cidades, um bando de pessoas covardes, todas escondidas umas das outras, atrás de mascaras, sofrendo de agonia, angústia e solidão. Todas se odeiam, mas nem se conhecem e ainda, em sem nenhuma prece, possuem de tudo que não lhes pertencem.
Não compartilham da vida e da felicidade, do sorriso e da sinceridade, nos metendo nesta merda que insistimos chamar, sociedade. Sociedade de pessoas isoladas que de umas às outras não sabem nada, não compreendem, não querem e jamais vão querer entender.
Às vezes tenho vontade de correr e gritar feito um alarme que avisa, não suporto mais notar sob minhas vistas estas pessoas nas ruas, seminuas, com a pele suja. Isso até me arde o coração, mas não de felicidade, paixão ou alegria, muito menos da mais prazerosa orgia. Me dá um desespero ver um corpo enrugado que pela história da vida foi torturado, amamentado pelo seio do diabo. Me olhando sem ar de maldade, almejando piedade ao me estender a palma da mão.
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