Como foi que aconteceu,
quase nem se percebeu
Um olhar,
uma provocação em jeito de brincadeira.
E o desejo começou a aparecer
Um amor a substituir,
Uma carência a preencher
Uma dança sensual,
Uns copos mais que o habitual
Fez os corpos escaldar e no desejo pensar
Ficou essa sementinha da noite em que dançaram
Eram pólos semelhantes,
e a atracção foi total
Coordenavam movimentos duma forma sensual
A mente do homem começou a divagar
Tinha falta de amor físico,
carinho e talvez paixão
E sentiu nesse momento que estava em união
Ela era fogo ardente,
transpirava sedução
Carente, e magoada,
o seu corpo dominava-a
Então deixou-se levar,
Deixou-se também transportar
Voltou a sentir-se mulher,
fêmea desejada,
Apesar de não amada.
Cumplicidade no olhar,
nos gestos e nas palavras
E teve de acontecer
Uma tarde vinda do nada,
duas almas maltratadas
Se amaram de repente
Não foi amor,
foi vontade,
satisfação física,
Volúpia,
Que a ambos satisfez
Como iriam continuar,
O que é que isto ira dar
E a parte masculina, logo quis esclarecer
Não era livre,
e nada tinha para oferecer
Só momentos de prazer e carências para colmatar
E a fêmea disse que sim,
apesar de não gostar
Poucas mulheres, penso eu,
gostam desta relação
É precisa muita coragem para afastar o coração
Ninguém gosta de partilhar,
pelo menos o amor
Mesmo que este seja físico,
existe sempre uma dor
A mulher é ternurenta e tudo quer partilhar
E quando precisa do homem,
está sozinha ao deus dará
E então começa a pensar,
se deve continuar
E dá conta que entrou num jogo
que até aceitou jogar
Mas passam horas.
passam dias
e sente as coisas mudar
A mulher é coração que se entrega para amar
O homem é atracção e pouco mais tem para dar.
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