Muito tarde!...
As horas gangrenam a minha espera!
A noite não descansa os olhos da minh alma
nem que eu me retire dela!
Um quê sem fim!
Solicitude das mãos afagando o rosto!
Compondo vidas em cada vida que se junta
para dar a palma à minha solidão!
Caatingas brejadas que se formam
no entorno da minha face!
Muito cedo!...
Carecimento prematuro de tudo precisar
nesta imprecisão de apontar tantos pontos
incomuns numa deserta escuridão!
Talvez seja o agora a hora de tudo
transformar num gesto que grita sem
ultimar o meu sorriso com o estampido dos lábios!
Fim!...
É místico este acender dos olhos em meio a
noite que se sustenta num fio de dor para
não deixar os sonhos entreabertos na porta que
permite a saída, mas que pode, também,
significar uma volta!
©Balsa Melo
20.02.06
Cabedelo - PB
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