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cronicas-->Ingenuidade -- 22/09/2000 - 19:53 (Mário Martinez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Passava as horas vagas escrevendo as cartas de amor. Fazia poemas de rima rica, decorava as folhas e o envelope com desenhos romànticos. Nas cartas, citava letras completas das canções de sucesso na programação das rádios AM.
Guardava-se, reclusa, pura e fiel para o seu grande amor, um ambulante vendedor de redes de dormir, com quem estivera uma única vez durante uma passagem do moço pela cidade.
As respostas das cartas eram quase sempre demoradas. Meses de angústia e espera.
Sempre com poucas linhas, breves e reticentes, as respostas reafirmavam o namoro e o sentimento que o ambulante sentia por ela.
Para a demora nas respostas, o vendedor se desculpava dizendo viver em viagens e que estava juntando o dinheiro para o casamento.
Anos de espera. Pela cidade todos já conheciam a história da moça que namorava pelo correio. Era o assunto das rodas de comadre, nas mesas de bar e na praça da matriz.
Certa vez a demora foi tanta que ela chegou a esperar pelo pior.
O vendedor alegou dificuldades, doenças e outras coisas.
E assim se passaram dez, quinze, vinte anos até que em mais uma carta breve o rapaz desmanchou o noivado, revelando ser casado, pai de família e coisa e tal.
Ela não suportou o baque. Adquiriu enxaqueca para toda a vida, depressão, três anos de análise, e a e humilhação a fez mudar de cidade.
Hoje, dez anos depois de Ter sabido a verdade, tenta livrar-se na enxaqueca trocando e-mails com os diversos namorados que arranjou pela internet. Todos virtuais.

PS.: Ouvi essa história da própria personagem outro dia, durante uma viagem de ónibus. Pode não parecer, mas é real.
O que me intriga em tudo isso é saber que muitos eleitores agem com essa mesma ingenuidade na hora de votar.


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