Novamente. Compasso. Cadência. Ritmo e passo e um . Descompasso e gira. Voltinha de novo e move, demove em nove atrás. Vamos, valsamos vazio e dentro em breve a dança nos cansa.
Passa é outra. Os dançarinos os mesmos.
Val não parece muito a vontade. Arrasta os pés. Apressa o rito. Perde o co-passo. Engruvinha os passumpasso2passátras. Se deixa aas voooltas cooom os giros.
Esquelética, Val mantém seus olhos fitos e profundos por sobre o ombro que a conduz. Parece observar o além das paredes e seus pregos enferrujados e frestas podres. Seu pescoço despenca para os lados com o bailar com os volteios. Suas mãos frias e finas se permitem segurar pelas mãos do parceiro.
Novamente. Cadência, ritmo e passo perdido atrás e compasso o passo e por pouco passo e perto. E ritmo e passo e um (passo perto). Descompasso e gira (passo pouco). Voltinha de novo e move, demove em nove atrás (passo perdido). Vamos, valsamos vazio e dentro em breve a dança nos cansa. (passo percalço).
Outra passada. Mesma dança.
Val estava vestida com a mesma roupa de festa de poeirentas 21 semanas. decote um pouco aberto. Saia um tanto raspada, rasgada. Sapatos sujos e sem lustro. Meias-calça à meia perna. Nos dedos, os anéis feios e sem cor. Dançava obrigada pelo parceiro. Sempre submetendo-se, sôfrega.
Ela, por paz, descansava. Ele, por amor, valsava.
Ela, a boca entre-aberta, lábios pendurados. Ele, a boca desejosa, lábios apertados.
Ela, por fato, aceitava. Ele, por desejo, a beijava.
Ela se perdia com os passos do parceiro. Ele, por paixão, ignorava.
Val, já não estava mais ali, apenas seu corpo não negava os caprichos do noivo. Ele, por necessidade. aceitava.
Val ainda mostrava a traquéia esmagada pela forca. Ele, por loucura, a salvava. |