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Cartas-->Escuridão que cobre minha mente...um desabafo -- 17/07/2001 - 00:22 (menina pontilhada) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
bem, é uma prosa escrita por mim já faz um bom tempo(1999), ela é longa, e talvez seja chata..., se alguém tiver saco pra ler...



Você que me abandonou em tão frio mundo, sem ao menos se despedir, mortificando todos os meus sentimentos, fazendo me crer que a vida nada mais é do que uma desilusão constante, e que somos apenas peças num tabuleiro, com fins para a dor e o sofrimento absoluto e perpétuo, tirando me esperanças de poder crer em algo puro e honesto, algo que purifique este mundo insano, sem sentido, onde somos condenados a viver, sofrendo com a nossa própria existência. Você, quem julga ser você? Por que você faz os outros sofrerem incessantemente, qual a razão deste absurdo ilógico? Por que sofrer com esses pormenores? Por que ter que viver sorrindo se o que está dentro de você faz você morrer por dentro, e chorar em pranto nas horas solitárias? Por que ser privado de algum sentimento puro? Por que ter ódio dentro do seu coração se o que você mais quer é amar?
O que eu fiz de tão ruim para ser perseguida com esta maldição eterna, que assola minha alma, me deixando sem tempo para respirar, chorar, sorrir, talvez apenas me lastimar, qual pecado seria tão grave para uma punição tão severa? Quantos dias mais da minha vida terei de sofrer? Acho eu que a morte seria a única solução, mas por que escolher um caminho tão covarde? Por que não enfrentar a dor e a angústia com o peito aberto? E por que não ser rapidamente destruída por essas fortes forças opressoras, que sugam o seu sangue, suas forças, sua fé?
Aqui só pode ser o Inferno, só vejo o mal à minha volta, não compreendo como este lugar tão triste, pode ser considerado um lugar onde pessoas se dizem felizes, vivendo com bem-estar apesar de todos os pecados que cometem, apesar de coisas atrozes que praticam. A bondade na qual um dia eu acreditei, era apenas uma ilusão, minha alma chora, e tenta se distanciar da escuridão contagiante. Aqueles que vem para o bem, são repudiados de forma avassaladora, pessoas com o coração nobre, que se dispõem a ajudar este mundo perdido em sua essência, se dispõem a ajudar e dar luz a esses espíritos atraídos pelo mal, pois saiba que, essas almas piedosas são friamente massacradas. E agora? Você pode me dizer onde está a força da verdade, do amor?
Demônios te observam, eles estão em toda parte. Eles esperam o seu vacilo, a sua fraqueza, eles sabem que você a possui. Não posso trair a minha consciência, não posso enganar meu coração, sofro em silêncio, minha a agonia é constante, minhas forças são escassas. Em vão espero ajuda, nada mais consigo compreender.
Paredes de fogo, rios de sangue, ar pesado e negro, gritos angustiantes, dor incessante, mas o orgulho continua sendo forte, a abnegação é algo constante. Dor? O que é dor? Deve ser algo que mutila seu corpo, mas não é nada comparado ao sofrimento, que atinge sua alma, provocando dilacerações profundas. Uma vida confinada ao sofrimento, as lágrimas, já dão lugar ao sangue, que escorre em sua face, você já perde a noção, quase nada enxerga, as vezes vê um clarão forte. O que será isso você se pergunta. Não sei responder, talvez seja a luz de uma alma piedosa que tenta salvá-lo, mas você está tão mergulhado nesse mar de almas corrompidas que já nem sabe como se livrar. Em vão chora e clama por socorro, mas não mais podem te ouvir, você é seu próprio salvador, mas isso é algo que você não pode compreender.
Raios iluminam a terra devastada, trovões ecoam ensurdecedoramente, no caminho muitos espinhos, justo aqui, num lugar que outrora havia flores coloridas. Árvores retorcidas e enegrecidas se põem no lugar daquelas belas florestas que antes se podia ver. A noite é longa, quase uma eternidade. Uma sensação de que tudo está perdido é a única que você consegue identificar dentre tantas outras que perturbam sua mente, que já está cansada de se perguntar o porquê de tudo isso.
Penso eu que o medo não habita mais meu coração, apenas sinto dor profunda ao ouvir tantos choros, sabendo que eu não posso ajudar nem a mim mesmo, quanto mais aqueles que estimo. Sinto um vento gelado, que sopra como se quisesse me perfurar, tremo por ser fraco.
Não há como se reparar o mal que foi praticado sem limites. Num abismo negro, agora, todos nós nos encontramos. Suas disputas, seus genocídios, fizeram com que nós fôssemos lançados à esta escuridão infinita. A tristeza assola nossos pobres corações, nossas almas queimam em fogo eterno, destinadas a sofrer por seus delitos. A maldição se torna real, mas existe um portal. Sim, ele existe, mas ele está num patamar o qual nós em nossa atual condição não podemos alcançar.
Suplico por ajuda, mas nada consigo, ouço risadas. Não são simples risadas, são risadas que contém em si um tom de maldade insuperável. Sei que fui traído por mim mesmo, pela minha fraqueza. Senhor, eu me ponho de joelhos perante o Senhor, por que devo sofrer tanto? Ainda não sofri o bastante? Minhas mãos são manchadas de sangue, meu peito ainda está aberto, devido a punhaladas incessantes, meu corpo se transformou em uma prisão escura e fria para minha alma, sei que tenho bondade em meu interior, mas ela está adormecida, devido a tanta dor e medo, tanto desgaste. Eu mesma me condeno furiosamente, mas eu tenho tanta culpa assim de não ser perfeita?
Todos os dias eu choro, nada é como deveria ser, calafrios percorrem todo o meu corpo, sinto o receio quanto a tudo em todo o meu ser. Palavras confortadoras de certo um dia por mim já foram ouvidas, elas ainda se encontram no meu coração, mas este congelou-se devido a esta maldição, e a elas não mais posso ouvir.
Vítima de meu próprio destino, condenada por longos anos, à espera de salvação, minha mente entra em um transe profundo, não posso mais sentir meu corpo, ele está dormente. Não sinto mais meu coração, não sinto mais ódio. Sinto um calor estranho, em dezenas de anos, essas é a primeira sensação boa que eu sinto. Minha alma se vê livre. Liberta desta maldição. Mas ainda não consigo entender o que se passou durante estes quase dois séculos de melancolia, dor, sofrimento, tristeza profunda, desespero.
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