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Artigos-->Reaproveitando as sobras -- 02/09/2002 - 23:05 (Nilson Cornélio Dorta dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REAPROVEITANDO AS SOBRAS



Quando eu era criança, lá na querida Sorocaba, vi meus familiares reaproveitarem com muita sabedoria muitas sobras. Minha avó paterna, D. Maria, doceira de mão cheia, nos passava os tachos com os restos de goiabadas, bananadas, cocadas e outros doces, para nos deliciarmos raspando as sobras. Minha avó materna, D. Izabel, nos levava para a feira, onde, enquanto ela fazia as compras, nós recolhíamos as folhas ou folhagens descartadas das verduras e legumes, para serem picadas e dadas para as galinhas da vovó. Nas mãos de mamãe, D. Cida, o arroz que sobrava do almoço virava sopa ou um gostoso bolinho no jantar. Sobras em mãos talentosas são ingredientes especiais para pratos apetitosos.

Assim como a culinária nacional é hábil para reaproveitar as sobras, Deus é hábil para transformar as sobras de um coração machucado, de uma vida marcada pelo sofrimento ou desgastada pelos desencontros. Deus pega os nossos “cacos”, reconstrói a nossa personalidade, revitaliza a nossa autoestima, dá uma visão positiva de futuro, revigora a esperança e nos “toma pela mão”, mostrando o caminho da vitória através da fé.

Muitas vezes nos sentimos como um vaso quebrado, carentes de sermos plenamente restaurados pelas poderosas mãos do Senhor Jesus. Nestas horas, quando a depressão nos corrói, a dor sufoca, as incompreensões das pessoas mais próximas nos decepcionam, precisamos nos lembrar das palavras do poeta, escritor e teólogo inglês John Donne, que orando suplicou: Não nos deixe, Senhor, cair no engano de que podemos nos manter sozinhos sem o amparo das tuas mãos”. Também não podemos nos esquecer das palavras de Lettie Cowman, escritora, que declarou: “Quando você se sentir no fim dos seus limites ou recursos, lembre-se de que Deus está na outra extremidade”.

Sozinhos, jamais conseguiremos encontrar o caminho da verdadeira felicidade. Precisamos de Jesus. Ele um dia nos convidou: “Venham a mim, vocês que estão cansados e oprimidos, e eu lhes aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrarão descanso para suas almas. Porque o meu fardo e leve e o meu jugo é suave!”

Conta-se que, a esposa de um crente foi cometida de uma doença incurável e veio a falecer, deixando órfã uma menina de seis anos. Após a cerimônia fúnebre, alguns irmãos convidaram o viúvo e sua filhinha para passarem aquela noite em suas casas. O entristecido viúvo agradeceu, sinceramente, o gesto dos amigos, mas preferiu ir para casa, cenário do seu sofrimento, pois confiava em Deus e na sua providencia para conforta-lo. Naquela noite, sua filhinha demorou muito para conciliar o sono, embora o amoroso pai tivesse colocado sua caminha ao lado da dele. De madrugada, a menina acordou assustada e em gritos perguntou: “Papai, você esta aqui?” Ao que o pai, colocando sua mão sobre a sua cabeça respondeu: “Sim, querida, estou ao seu lado cuidando de você, durma tranqüila.” Em pouco tempo ela adormeceu, mas a angustia do pai aumentou e ele chorando baixinho, não conseguia conciliar o sono. Naquela hora de dor profunda e angustiante, à semelhança da filha ele perguntou ao Pai Celestial: “Meu Pai querido, você esta ai?” Naquele momento a promessa divina dita pelo profeta Isaias lhe veio à mente: “Não temas, porque eu sou contigo, não te assombres porque eu sou o teu Deus”.

O primeiro livro de Reis, no Velho Testamento, no capítulo 17, nos relata a história do profeta Elias sendo sustentado por Deus numa caverna e a multiplicação das sobras de farinha da viúva de Serepta

No ano 910 AC reinou sobre o povo de Israel o rei Acabe. Acabe foi um dos piores reis que a nação israelita teve ao longo de sua história. Ele casou-se com Jesabel, uma princesa, filha do rei dos sidônios, um povo pagão, que adorava a um ídolo chamado Baal. Acabe, induzido pela sua mulher, passou a adorar a Baal e construiu um templo e um poste-ídolo para Baal. Deus amava o povo de Israel mas não admitia o pecado da idolatria. Porisso, enviou o profeta Elias, para ir a Acabe, e lhe anunciar o seu castigo pela sua rebeldia. Elias anunciou a Acabe que daquele momento em diante nem orvalho e nem chuva haveria sobre Israel.

Logo em seguida, Deus mandou que Elias se retirasse dali e fosse para o oriente, e permanecesse junto ao ribeiro de Querite, que ficava a leste do rio Jordão, onde Deus o sustentaria através de corvos. Elias foi, e pela manhã e à noite, os corvos lhe traziam pão e carne, e o ribeiro lhe fornecia a água para saciar a sede. Passados alguns dias, o ribeiro secou, porque já não havia mais chuvas sobre a terra. Nesse momento Deus o mandou sair dali e ir para Serepta, um vilarejo próximo a Sidon, uma das maiores cidades da Síria, onde ele encontraria uma viúva que deveria sustenta-lo.

Deste relato bíblico, podemos tirar as seguintes lições práticas::

1. Deus usou os corvos, aves rapinas que se alimentavam das sobras, para sustentarem o profeta durante a sua estada junto ao ribeiro. Os corvos eram considerados aves imundas (Levítico 11.15) e não podiam servir de alimento e nem mesmo serem tocados pelas pessoas. Em circunstâncias normais, comer do alimento transportado pela boca destes pássaros seria a última coisa que um profeta faria. Deus submeteu o profeta a um processo de submissão e total dependência da providência divina, para prepara-lo para as grandes batalhas de fé que o acompanhariam ao longo de seu ministério.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios declarou: (1 Coríntios 1:27-29) “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que ninguém se glorie perante ele”

2. Deus provou ao profeta a sua fidelidade mandando a cada dia, pela manhã e à noite carne e pão para o seu sustento. Não cabia ao profeta se preocupar com a origem dos corvos, nem com a origem da carne e muito menos com a origem do pão. Ele deveria apenas comer o alimento que Deus lhe concedia para cada momento. O milagre se renovou até o momento em que o ribeiro secou. Nesse momento Deus mudou seus planos e enviou o profeta à casa de uma viúva pobre. O episódio nos ensina que Deus é verdadeiramente o Senhor da natureza e todas as obras criadas se submetem à sua autoridade. Também nos ensina que não devemos estar preocupados com os meios que Deus utilizará para nos sustentar, apenas confiar na sua providência divina. Ele sempre saberá o que é melhor para a nossa vida. Água, pão e carne, sem dúvida alguma seria o suficiente para mante-lo bem alimentado por muito tempo!

O Talmude, livro de orientações espirituais práticas utilizado pela religião judaica, nos relata a seguinte história: O rabino Okiba teve de abandonar a sua terra por motivo particulares, e, assim, peregrinou por regiões secas e desertas, levando consigo um candeeiro para estudar a Lei à noite; um galo que lhe servia de companhia e despertador; e, para não andar sempre a pé, ia montado em um burrinho. Chegado a uma pequena vila, procurou um lugar para repousar, mas ninguém quis dar abrigo a um estranho. Muito triste e sentindo-se desamparado, o rabi procurou pousada em um bosque dos arredores, debaixo de uma frondosa árvore; acendeu o candeeiro, fez suas preces e iniciou a leitura da Lei, mas um vento forte apagou o candeeiro. Que fazer? Deus sabe o que faz, pensou em seu coração e, assim, procurou dormir. Ao amanhecer, verificou, para sua maior tristeza, que um lobo havia devorado o galo e um leão o seu jumentinho. Ficou chateado, mas pensou: “Deus sabe o que faz....” Dirigiu-se, então, à aldeia que lhe recusara hospedagem para ver se arranjaria alguma coisa para comer; mas, para sua surpresa, ali não havia ninguém. Tudo fora saqueado e destruído, haviam corpos mortos por todos os lados. Que teria acontecido? Uma tribo inimiga descera das montanhas e durante a noite assaltara e liquidara a vila. Então pensou Okiba: “Se eu tivesse dormido na vila, teria morrido juntamente com os outros; se o candeeiro tivesse permanecido aceso eu teria sido logo encontrado; se o galo tivesse cantado ou o burro zurrado, eles revelariam a minha presença e a esta hora estaria morto. Portanto, Deus sabe o que faz!”

A bíblia nos ensina em Deuteronômio 32:11-12 = “Como a águia desperta a sua ninhada, adeja sobre os seus filhos e, estendendo as suas asas, toma-os, e os leva sobre as suas asas, assim o Senhor o guiou (Israel) e não havia com ele Deus estranho.”

Elias estava numa situação tranqüilíssima até que o ribeiro secou. Nesse momento lhe restava apenas confiar novamente na providência divina. Em nossas vidas vivemos momentos semelhantes. Há paz e harmonia até que começam as provações. Nestes momentos, sempre imprevisíveis, só nos resta clamar ao Senhor.

O escritor aos Hebreus 4.16 nos declara: “Cheguemo-nos, pois, com confiança ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno.”

Não temos muitas informações sobre a viúva de Serepta. Não sabemos o seu nome; presumimos que não conhecesse o Deus de Israel e muito menos que o adorasse. Ela era síro-fenícia e seu país era pagão, adorando a outros deuses. Todavia, Deus a conhecia e sabia os seus problemas de sobrevivência. Deus se compadeceu dela e lhe deu a oportunidade de receber as bênçãos da sua misericórdia. Um dia, estando ela a colher gravetos para fazer fogo e cozinhar seu alimento, o profeta Elias lhe apareceu e pediu um pouco de água para beber. Quando ela foi em direção à sua casa para buscar a água, o profeta a chamou e pediu que também lhe trouxesse um pedaço de pão. Ela imediatamente lhe respondeu que não tinha nem mesmo um bolo, senão um pouco de farinha e um resto de óleo de oliva em uma botija e que estas sobras seriam utilizados para fazer a última refeição dela e de seu filho. O profeta lhe disse: “Não temas. Vai, faça um bolo pequeno e o traga a mim e depois fará o alimento seu e de seu filho. Pois assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.” Ela confiou na palavra de Elias e fez o bolo conforme ele pediu. Ele comeu do bolo e Deus foi multiplicando as sobras de farinha e de azeite durante mais de 3 anos, para que pudesse se alimentar, alimentar seu filho e também o profeta.

Este episódio, nos conduz às seguintes conclusões::

1. Antes mesmo de pedirmos, Deus sabe das nossas necessidades e providencia a melhor solução para os nossos problemas;

Lucas 12:7 nos declara: “Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais! Mais valeis vós do que muitos pardais”. O salmista também declara: “Pois o Senhor ama os justos, e não desampara os seus santos. Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada.” (Salmo 37:28)

2. O profeta ouviu a voz de Deus e cumpriu a sua palavra. Foi para Serepta confiante de que Deus lhe mostraria a viúva que o sustentaria durante o período de seca e fome que se abatera sobre Israel;

Certa vez o Senhor apareceu em sonho a Jacó e lhe disse: “Estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra. Não te deixarei até que tenha cumprido aquilo que te tenho dito” (Gêneses 28:15)

Através do profeta Isaias, consolando o povo de Israel, o Senhor profetizou: “Não temas, pois eu sou contigo; não te assombres, pois eu sou o teu Deus. Eu te fortalecerei, e te ajudarei; eu te sustentarei com a destra da minha justiça” (Isaias 41:10)

A obediência é o preço do êxito pessoal na área espiritual, profissional, conjugal, familiar e demais áreas da vida. Quando Moisés faleceu, Deus falou a Josué , que seria o seu sucessor: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, medita nele dia e noite, para que tenha cuidado de fazer conforme tudo o que nele esta escrito. Então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” (Josué 1:8)

3. Diante da miséria extrema da viúva, o profeta viu ali a grande oportunidade para que Deus provasse que verdadeiramente ele era o Deus criador e sustentador do céu e da terra. A viúva teve a oportunidade de experimentar pessoalmente a ação de Deus em sua vida, provendo-lhe o sustento. Fazer o bolo utilizando a farinha e o azeite que restava para alimentar um profeta desconhecido, foi o seu ato de fé.

Pedro nos aconselha a lançar sobre Jesus as nossas ansiedades: “ Lançai sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5:7).

4. Deus viu a aflição da viúva e lhe renovou a esperança: “Não temas!” Ela estava totalmente desanimada e sem qualquer esperança de futuro. Nas suas palavras há um sinal de revolta pela sua situação desesperadora. “Não temas!” foi o remédio para a sua dor. Esta expressão foi utilizada pelo profeta Isaias ao povo de Israel procurando leva-lo a buscar o refúgio no Senhor: “Porque eu, o Senhor Teu Deus, te tomo pela mão direita, e te digo: Não temas, que eu te ajudo”-

5. A viúva ao ter o desprendimento para dar ao profeta o seu último sustento nos legou uma lição de hospitalidade e amor ao próximo. Jesus nos ensinou: “Daí, e dar-se-vos-á. Boa medida, recalcada, acudida e transbordante, generosamente vos darão. Pois com a mesma medida com que medirdes vos medirão também.” (Lucas 6:38 )

6. Deus provou para a viúva e para o profeta que o milagre seria realizado na dimensão da fé e da necessidade. Na medida em que a viúva usava a farinha ou o azeite, eles se multiplicavam na medida da necessidade para o dia seguinte.

A fé é provada na medida da nossa necessidade e dependência da provisão divina. Hebreus 11:1 nos declara: “Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”

7. Deus lhes deu uma lição de fidelidade: multiplicou os elementos dia-a-dia, de forma que a farinha e o azeite, que eram perecíveis, não se estragavam e tinham a medida certa para a necessidade presente;

8. Deus não mudou o status social da viúva e seu filho, eles continuaram sendo pobres, apenas não permitiu que morressem de fome;

9. Deus agiu milagrosamente até o dia em que a viúva pode voltar a ter condições para sustentar seu lar;



Multiplicar sobras é milagre divino! Entregar as sobras nas mãos de Deus é tarefa humana. Quando provamos pessoalmente a eficácia desta receita divina, encontramos o caminho da felicidade.

Deus tem um plano para cada um de nós e sabe aquilo que é melhor para nossas vidas. A realização do plano divino esta condicionada à nossa disposição de fazer a sua vontade, vivendo sob os seus cuidados e o seu amor.

Cabe-nos provar pessoalmente do seu poder, através da fé confiante e sincera, que se materializa na entrega incondicional de nossas vidas a Jesus, aceitando-o como o Salvador e Senhor.

Esta é, sem dúvida, a melhor e mais deliciosa receita constante neste livreto: JESUS! Se você gostou deste estudo, desejar saber mais sobre o que Deus pode fazer pela sua vida, ou receber ou ouvir outros, nos telefone (019 – 32430767 ou 97119411), visite o nosso site “ibnovajerusalem.org.br”, ou envie um e-mail para dortadosreis@ig.com.br e estaremos prontos a lhe mostrar quão grande e inefável é o amor de Cristo.

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