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Poesias-->ALGUNS POEMAS DE LUIZ DE SERPA -- 27/03/2006 - 13:22 (José J Serpa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NOITE DE NATAL







No casinhoto humilde da serra

Nem sombra de braseiro crepita na lareira...

São tão pobrezinhos

Que dali todo o conforto se desterra...



Nesta noite de Jesus

Deitaram-se c´o Sol,

Pois a candeia não tem luz...



Já tudo dorme.

Só a pobre mãe velhinha ainda vela,

Sentada junto da janela

Voltada ao Ocidente...



Pede à Virgem que lhe traga o filho

Que partiu há tantos anos,

Há tantos anos...

Para a América.



Virgem Mãe:

--Pelo teu filho querido que hoje nasceu

Dá-me também o meu...



E as contas do rosário,

Desfiadas

Pelas mãos velhinhas, bentas, encarquilhadas,

Vão passando lentamente...



........................



Sobre o telhado do casebre vizinho,

Vibrantemente,

O galo anuncia meia-noite.



Abre-se a porta de mansinho,

E alguém entrou...

Levanta-se a velhinha

E mesmo no escuro,

Apenas alumiada pela luz do seu amor,

Abraça a figura que chegou...



--Meu filho, meu querido filho...

--Minha mãe – ouve ela responder com voz velada...



Toda a casa dorme...



Só os dois abraçados com ternura,

Soluçam a ventura

E a alegria enorme

Da chegada...



Flores, 24-12-47

Luís de Serpa





































































SANTA MARIA (4º centenário da cidade de Ponta Delgada)





O sol vai reclinar-se

Em coxins de brocado e rendas purpurinas...



No Promontório o Infante dom Henrique

A arder em febre, num sonho de Grandeza,

Vê partir as caravelas para o Mar de Bruma

A descobrir as Terras do Império...



................



Acorda o Infante...

Numa das mãos segura a fronte sonhadora

E a outra aponta ao longe o Ocidente...

E grita:

Cabral, Cabral, apronta as caravelas,

E vai procurar um rosário d´ilhas,

Que a Virgem do Restelo

Acaba de mostra-me...



Não receies a bruma

Santa Maria Maior

Será contigo...



Velho Cabral, bebendo nos olhos do Infante

A Luz das descobertas,

Faz ao mar as caravelas...



De dia o sol envia-lhe a altura

E de noite as estrelas, debruçadas

Dos varandins do céu,

Indicam ao mareante

A rota desejada...



Passam dias dourados e noites prateadas

E as caravelas avançam graciosas

Com rumo ao norte que o nauta lhes aponta...



Lentamente porém a luz vai decrescendo

E tudo perdendo a forma e a cor...

E por entre o nevoeiro triunfante,

Apenas se descobre a Cruz de Cristo

A sangrar nas velas

Das naus de Portugal...



Traduzindo angústia enorme e crescente

Levanta-se, pelo ar, o soluçar do mar

E o gemido desesperado dos marinheiros...



Mas Velho Cabral, de fronte iluminada,

Não desanima. Caminha sempre avante

A procurar as terras que em Sagres lhe indicaram...



Sozinho, no alto do comando,

Vendo apenas de tudo o que o rodeia

A Cruz de Cristo a rasgar a bruma,

Velho Cabral ajoelha,

Ergue as mãos em prece suplicante,

E do mais fundo do coração exclama:



Avé Maria! Maria do Restelo!

Acode aos teus devotos, perdidos neste mar...

Oh! Cheia de Graça! Do Senhor que é contigo

Pede para nós o Seu Auxílio...

Tu que és bendita entre todas as mulheres,

Não consintas que se perca a Cruz do Salvador,

A Cruz do teu Jesus...



.................



e em toda a volta mais aumenta a bruma,

mais alto sobe o gemer do mar

e o soluçar dos homens...



.................



Prostrado no chão do seu navio,

Velho Cabral, sem perder a Esperança,

Clama confiante:

SANTA MARIA!!!



De repente,

Qualquer coisa se passa de estranho,

De sobrenatural:



Rasga-se de alto a baixo o véu de bruma

E aparece, ali, na sua frente,

Altiva e sorridente,

A ILHA prometida a emergir do mar...



.................



Os marinheiros, que acordaram do desânimo,

Rezam em coro, altissonante e forte:

SANTA MARIA!!! SANTA MARIA!!!



......................



E assim foi dada ao mundo a Terra Açoriana....



Luiz de Serpa





































































PINCELADAS D ALMA

ESTA FIRMEZA E SOLIDÃO





I

Mergulhei um dia no oceano azul

do teu olhar divino,

do teu olhar profundo...



Penetrei no teu coração

a procurar o amor

que sempre me juraste...



Minha alma regressou desiludida e triste.



Foi de lá que eu trouxe

esta Firmeza e Solidão

aninhadas no meu peito...















ABANDONADO



II

Beijei as tuas mãos esguias

transparentes,

relicário ideal dos meus sonhos,

onde guardara

o meu coração

com todo o seu imenso tesouro

de afecto e de ternura.



Minha vida foi um oceano largo

e manso

de alegria.

Pois eu julgava possuir no meu peito

o teu coração

que em troca me juraras ser-me dado.



Mas um dia tu fugiste,

levando tudo o que eu te dera

e o que tu me prometeras....



Fiquei assim Amor,

sem coração,

incompreendido e abandonado...



Flores Abril-949

Luiz de Serpa































MISSÃO DA VIRGEM MÃE





O criador dos Mundos, senhor dos Universos,

Vendo que era ultrajada a sua Lei

Sofreu ao ter de aplicar justiça!



Rios de sangue correram pelo mundo...

Ondas de fogo alastraram pela terra

Que ficou desolada e triste...



Enlouquecidos pelo poder de mal

Os homens transformaram o planeta

Num campo de lobos esfomeados!...



Milhões de mães aflitas, desvairadas

Pela angústia e pelo sofrimento

Pedem a Deus perdão, misericórdia!...



E as crianças atónitas, torturadas,

Interrogativamente,

Olham para o Céu!...



Ao ver tanto crime, tanta dor, tanta inocência,

A Virgem Mãe chorou...



Acerca-se do filho a Mater Lacrimosa

E apontando p´ro chagado Peito

Implora:

Meu Filho, por estas sete espadas

Salva a minha Terra

A Terra Portuguesa!

Em troca eu te prometo dos meus vassalos

Oração e penitência.



Sobre a face da Pátria Lusitana,

Poisou suavemente,

Um beijo de sol, de paz e de alegria...



Agradecida, a Virgem Mãe

Desceu a este Vale de Lágrimas

E veio enxugar com maternal sorriso

O mar de prantos que alagou o mundo

A querer com sua Divina Presença

Os corações gelados pela dor

E a exigir dos portugueses

O cumprimento do voto que fizera

A seu Bendito filho!



É esta a missão da Virgem Mãe

Rainha nossa

Que hoje nos visita!!!



Ano da graça de Jesus Cristo,

Dia da visita da Imagem Peregrina

De Nossa Senhora de Fátima.



Flores, 2 de Julho de 48

Luís de Serpa































































PINCELADAS D ALMA



I

CONTRASTE

Quando te encontro

E se encontram nossos olhos,

O fofo do teu olhar pisa-me tanto...



Somos ambos desgraçados:



Tu procuras,

Desesperada,

O amor que eu não te posso dar,

Eu espero

Ansioso,

O amor que me fugiu...



II

ESPERANÇA

De nós os dois,

Talvez seja eu o mais feliz:



O teu amor nunca será correspondido.

E o meu... Sei lá?...

Eu tenho ainda esperanças!!!...



Flores, Junho de 49

Luís de Serpa



































ESTUDANTES



Em busca do calor do ninho paterno

Voltam os estudantes,

Qual bando de andorinhas sequiosas

Da luz da primavera!



Corações de mãe, de namoradas,

Quimeras, sonhos ilusões,

Esperanças a florir,

Tudo trazem eles no coração...



Que saudades, meu Deus!

Ai! Quem pudera,

Regressar aos tempos de estudante

E entrar novamente no meu Lar!!!...



Flores, Agosto de 49.

Luís de Serpa





















































NINHO D AMOR



Ali no peitoril da janela do meu quarto

um pombo branco ficou a noite inteira...



...................



Tinham noivado

E do seu amor puríssimo

Nasceram dois rebentos...



......................



Todo o santo dia o casal enamorado

transporta p´ros filhinhos,

nascidos num buraco da parede

por cima da janela do meu quarto,

os biscatezinhos com que os alimentam...



Mas o ninho é pequeno e estreito

não cabem lá os quatro...



A mãe aninha-se com os filhos.

E o pai, atento e amoroso,

fica toda a noite vigilante...

Não venha alguém quebrar o sono

e a quietude santa,

do seu ninho d´amor!!!...



Luiz de Serpa (24 de Junho 1950)































ESPERA







“Desde a última guerra, numa estação de caminhos de ferro duma cidade alemã, apareceu todas as manhãs, â chegada do comboio, uma senhora já de idade, a esperar o filho que partiu para a guerra”



Dos jornais











Ao passarem os soldados para a guerra

a pobre mãe soltou um grito doloroso...



Um homem cinzento e mau,

com tiras amarelas nas mangas do casaco,

veio roubar-lhe o filhinho dos braços...



E assim lhe levaram o seu menino

(ficou sempre sendo o seu menino

desde que nasceu

e perdeu

todos os outros)...



Sozinha não pode viver...

Mas ela sabe bem

que o filho há-de voltar,

pois tem pedido à Virgem Mãe

p´ra lho trazer...



A terra, o ar, o sol, o universo,

tudo foi criado para ele,

só para os dois,

pois nada mais existe neste mundo.



Sozinha não pode viver...

Mas ela sabe bem

que o filho há-de voltar

pois tem pedido tanto à Virgem Mãe

p´ra lho trazer.





Todos os dias, de manhãzinha,

à chegada do comboio,

a velhinha. já quase octogenária

apareceu ali na estação

à espera do filho...



Flores, Junho-50

Luiz de Serpa











































































CARTA DESABAFO...



MARIA:



Longe de ti, querida Maria,

Sinto-me tão sozinho

Tão abandonado e incompreendido...



P´ra mitigar esta saudade ,

Tão pungente,

Dar largas ao sentimento

E faço meus versos,

Os meus poemas,

Sempre a pensar em ti...



Mas ninguém compreende...



Dizem que os meus versos

Não são versos,

Porque não tem rima

Métrica e que não sei que mais...



Como entristece e dói,

Querida Maria,

Toda esta pobreza

De sensibilidade...



Se eu não conhecesse a miséria

Destes pobrezinhos

De alturas,

Se eu não soubesse

Como se acham embotados

Pelo egoísmo vil

Da materialidade,

Eu lhes perguntaria

Pela métrica das nuvens lindas

Que formam o firmamento

Pela rima de cor

Das flores garridas

Que esmaltam as campinas

Pela simetria das estrofes divinas

Do Poema Eterno

De toda a Criação?!!!



Mas eu não lhes pergunto nada,

Porque sei que a resposta

Tornaria ainda mais funda

E triste

A minha solidão...



Fico hoje por aqui.



Com saudades,

Cada vez mais vivas,

Beija as tuas mãos

As tuas lindas mãos

Que tantas vezes refrescariam

Minha fonte cismadora

E escaldante,

E a tua boca

Que tanto bálsamo

Entornou nesta inquietude

O teu

Do coração



Flores, Janeiro-51

Luiz de Serpa

















































NO MEU MUNDO INTERIOR



Trago dentro de mim sonetos burilados

canções de amor, nocturnos de ansiedade

e toda a poesia

duma beleza sem par...



Há dentro de mim um Universo inteiro

de Prazer e de Dor.

Vulcões frementes de alegria brava

e pélagos infindos de tormento enorme...



Risos de alvorada, auroras boreais,

abismos infinitos dum mal que não tem nome,

a tranquilidade do justo, o sofrer do condenado,

o pipilar das aves, o arfar dos ninhos,

pisados por ingratos, por ladrões e por perdidas,

o cantar das águas, o gritar do vento,

a vibração interior de todos os elementos da Natureza inteira,

o drama dos infinitamente pequenos

--todo o seu amor, todo o seu ódio, toda a sua vida—

a vida molecular, a vibração do átomo,

tudo vive em mim...

......................



E até há dentro em mim

que só eu criei e que ninguém conhece...

todo feito de Inquietude e de Grandeza,

de formas divinais de beleza estranha,

de silhuetas vivas dum sonho imaterial,

de movimentos e cor jamais igualados...

Há a Perfeição Absoluta que todo o género humano

ainda não pôde criar...



Mas ao pegar na pena p´ra vazar no molde

da forma clássica, do ritmo cadenciado,

esta Beleza Eterna que no meu peito habita,

toda ela se transmuda num disforme,

num ritus de máscara repelente,

que fica a rir de mim........



Flores, 51 LUÍS DE SERPA

PINCELADAS D´ALMA



Já passaram tantos anos

e tantas tempestades

sobre o tempo em que o céu do nosso

era todo azul

e não conhecia nuvens...



Na minha fronte, as brancas vão surgindo

as rugas na minha face

e no meu coração assentou o desespero...



mas p´ra que tudo não seja inferno para mim,

nas noites calmas é-me permitido

sonhar contigo.



Volto então a ver-te sempre a mesma,

sempre menina e moça

a envolver-me

naquela ternura e suavidade

do teu olhar divino...



Flore, Junho 51



Luís de Serpa











































Sala das Musas

N OCTURNO



Sob as ogivas d´ouro do meu palácio de marfim,

pela calada da noite,

vem sentar-se um velhinho, mendigo esfarrapado,

que passou a mocidade inteira

sem ter uma dor, um sofrimento,

e é hoje milionário de miséria e de saudade...



Teve reinos enormes de prazer e de alegria,

riquezas fabulosas que contar não pôde...

Perdeu tudo... Um incêndio devorador

tudo lhe levou: a casa, a mulher, os filhos, a luz dos olhos

e a alegria de viver...

Só lhe ficou o violino amado,

a sua glória imortal

que lhe arrancara aplausos

louros, frementes do mundo todo inteiro...



Todo as noites, quando a lua nasce

e cresce e erra a tristeza e a saudade,

artista Máximo do violino mágico

vem tocar sob as ogivas d´ouro

do meu palácio de marfim...



E o violino soluça longamente,

destilando na minha alma sensações estranhas,

vibrantes de mágoas que não têm remédio...

mas que são conforto p´ra aridez da vida...



Debruçado no terraço de jaspe do meu castelo dourado

e recostado nos coxins de filigrana de brocado

escuto, entontecido, embaladoramente

o violino da paixão e da saudade...



À minha volta orquídeas d´ouro,

os cravos rubros, as tulipas encantadas,

choram longa, mansa, longamente,

fazendo sangrar o meu coração...



E pela noite em fora, pela noite morta,

o violino chora, chora mansamente...

traduzindo num soluço repassado

a minha dor sem par...

Lentamente desço as escadas d´ouro

do meu palácio encantado

e venho sentar-me junto do ceguinho

que traduz a minha dor, a minha inquietude...

E, demorada, apaixonadamente,

sofregamente beijo o violino que é a minha alma

e toda a minha vida...



E à meia noite quando a lua morre

as nuvens frias a vão enterrar,

o violino grita, grita, loucamente,

a dor infinita da desolação

que me rasga o peito...



Nesta noite eterna, que não mais tem fim,

o violino dolorosamente,

em crispações nervosas que arrepiam fundo,

soluça, geme, grita, expande e traduz

toda a minha dor!!!





Luís de Serpa

Em A VILA

14 de Junho de 1958































Sala das Musas



ANSIEDADE ATLÂNTICA



Esta ansiedade, esta Inquietude vibrante dentro em nós,

Nos corações ilhéus,

É filha do Oceano que foi lavrado

P´las quilhas das nossas caravelas,

E abençoada pela Cruz de Cristo

A sangrar nas velas brancas de quinhentos...



Esta ansiedade, esta Inquietude Atlântica

Que nos traz cativos,

Escravos acorrentados e submissos,

É filha da solidão que iluminou o rumo

Dos nossos mareantes...



Esta ansiedade esta Inquietude-Mor

Que nos impulsiona e atrai

P´ro Eldorado que nos habita a alma

E a que o povo açórico,

Chamou América,

É o sangue dos nossos Avós marinheiros

A correr nas nossas veias!!!



Luís de Serpa



Em A VILA 1 de Agosto de 1959



















Sala das Musas

CARAVELA DAS SAUDADES



Qundos todos são

Eu também fui.

Fui armador duma frotanumerosa

Que lancei ao largo dos desejos

E a altas ambições...



Por longos anos,

Arrostando tempestades,

Percorreu todos os quadrantes,

Sem ter descanso,

Sem fazer aguada,

Sem encontrar abrigo.



Todos os meus navios se perderam...



Só a caraveloa onde embarcara

Os sonhos amiores

E as mais caras ilusões, regressa agora

Ao porto do meu coração.



Vem com as velas rotas,

Os mastros partidos,

Desmantelada,

Mas carregada de saudades

Daquilo que eu não fui...



Costa das Flores, Setembro de 1958

Luís de Serpa





























Sala de Musas

CARTA DO CORAÇÃO



Nas pontas dos dedos

as contas do rosário fizeram covinhas

como na face das crianças pequeninas

quando sonham com os anjos...



Há meio século que o filho partira

P´ra tão longe...



Todos os outros que foram seus

e lhe encheram a casa

e co coração,

sairam também um dia

p´ra não mais voltar...



Mirrada de saudades

a velhinha encarcalhada e benta

vai ter com a senhora Perpétua.



-Senhora vizinha,

escreva uma carta p´ra ´a América.



Preparados papel e pena

foi.lhe perguntando:



-O que quere mandar dizer?



Então e velhinha,

com pureza cristalina no olhar infantil

ditou:



´Querida filho:

Saudades... e aquelas...

Se o mar fosse atalhado... Avé Maria!!!´



Luís de Serpa




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