Nas montanhas alterosas
No início do verão
Marchando entre mimosas
Via-se um batalhão
Vestido como pra guerra
Os rostos sujos de terra
Pronto pra revolução.
Corujas beligerantes
Que sobem sem reclamar
As pedras escorregantes
Nem pensam em descansar.
Lá no topo da montanha
Armada está a campanha
Pra batalha começar.
Um ninho de ratazana
Que lhes abre o desejo
A comida mais bacana
Melhor do que pão de queijo.
Avançam silenciosas
A montanha alterosa
Não se perde tal ensejo.
A batalha barulhenta
Ouve-se em Juiz de Fora
Não foi assim tão sangrenta
Alguns ratos foram embora
Enfiaram-se em buracos
Pois não eram nada fracos
Não era chegada à hora.
As corujinhas valentes
Continuam acampadas
Pois não fogem do batente
E são muito animadas.
Assim são as corujinhas
Comilonas, bonitinhas,
Sabidas e educadas.