A Saga Incompleta de Tempestade e Ventania
A Saga do Valente Tempestade e do Corajoso Ventania
Vou lhes contar uma estória
dum piloto de avião
que além de valente,
era muito prepotente.
Que por sua labuta e valentia,
escolheu para co-piloto
o companheiro Ventania.
Voava Tempestade, com galhardia
quando o vento trouxe
uma repentina calmaria.
Ventania o avisa
que falha o motor possante.
Com bravura alvejante,
ferve-lhe o sangue,
sobrevoando o mangue.
Tempestade imponente e persistente,
Olhou para o poente,
depois como águia o nascente,
decide manobrar corajosamente.
Altivo e audaz,
manobra seu aparelho,
de uma maneira eficaz,
com a fronte em vermelho,
grita com galhardia:
"Segura a onda Ventania.
Pousaremos com segurança
nesta terra sem esperança
eu Tempestade e você Ventania."
Aproximando-se da terra,
já trincando o dente,
em atitude experiente,
Brada comovente:
"Ventania companheiro,
veste a roupa do herói,
lembra-se muito do banheiro,
somente melado vermelho dói".
Ventania confidente,
revela de supetão:
"Tempestade sou menor de idade."
Chocado mas consciente,
Tempestade manobra louco…
“O que falou este demente?”
pois pro chão falta pouco!
Acerta a vegetação,
numa grande alucinação,
Pois a notícia lhe causou desolação.
Ventania voa longe,
pensando ter morrido,
mas dizia esbaforido:
"Eu deveria ter sido monge,
mas Tempestade é meu amigo."
Tempestade fica inconsciente,
depois desse acidente,
Mas logo se recobra!
Olha ao lado, vê uma cobra,
salta louco o comandante,
valentemente não se dobra,
e ao escapar confiante,
aterrisa num caranguejo,
que lhe pinça um culhão,
aumentando a emoção.
Ventania esculhambado,
encontra na escapada,
uma grande mutuca,
que lhe leva a peruca,
revelando a todo mundo,
a careca nua raspada.
Ventania, perdida a calça,
e nadando de cueca,
salta-lhe dentro e sapeca,
uma imunda perereca.
Tempestade os ovos presos,
e Ventania atordoado!
“Socorro Tempestade,
tenho uma perereca no saco!”
Grita assim apavorado em agonia,
o garboso Ventania.
Tempestade aperriado,
o caranguejo aperta-lhe o ovo,
fazendo pensar de novo:
“Isto não aconteceu
sou um ás da aviação,
Ventania amigo meu,
a sofrer tal esculhambação,
pois perdeu a castidade,
num perereca de mangue,
assim sujando seu sangue .”
Clama Tempestade:
“Pelo amor de Deus sou ainda novo,
sai caranguejo do meu saco,
pois senão vira um caco,
assim perco meu ovo,
o que foi que me mordeu?
Uma patinha que lhe gosta,
e que por fim só me fudeu?”
E assim foi a saga,
não de todo inglória,
e que nunca se acaba,
de Tempestade e Ventania.
Para quem acha demais, é por que vendo não conhece mais!
O caranguejo era Sá ou Guaiamu?
© 12/02/2011
Second Dupret
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