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cronicas-->O Anjo -- 22/11/2003 - 21:45 (Gabriel Rego) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Anjo



Hoje aconteceu uma cena estranha comigo, porém me fez refletir sobre momento que estou vivendo e sobre tudo o que fiz e que vou fazer.
Estava caminhando inocentemente na Rua Viçosa quando um senhor de aproximadamente 65 anos, cabelos totalmente grisalhos, olhos fundos, com a aparência de ter acabado de sair do bar e com uma sombrinha na mão me abordou:
-Com licença. Posso lhe fazer uma pergunta?
-Sim.
-Você sabe porque os cavalos podem andar pelados e nós não?
-Se pudesse, eu andaria (respondi ironicamente).
-Você acabou de dar a resposta mais sensata que ouvi.
Apenas sorri.
-Mas porque você não anda pelado?
-Acredito que é porque a sociedade nos inibe.
-Sim...A sociedade...O que você faz?
-Pretendo prestar vestibular pra direito no ano que vem.
-Direito? Então você vai precisar saber sobre Jacques Rousseau.
Não entendi. Já tinha ouvido falar em Jacques Rousseau, mas não sabia nada sobre ele, pelo menos na hora não me lembrava de nada, estava atrasado.
-Jacques Rousseau foi um grande filósofo, escreveu o "Contrato Social", livro do seu interesse. Foi um dos maiores escritores da Europa. Ele tinha relações com a Sra. Warens, ou algo assim, não me lembro do nome. Ele chegou a viver como assaltante nas estradas da França. Num desses assaltos, ao assaltar uma madame, ela disse ao Rousseau para que a levasse com ele, pois já tinha levado todo o seu dinheiro. E assim ele a levou, e como ela era extremamente rica, ele viveu bem e ajudou a Sra. Warens e sua família.
Estava muito atento, pois com certeza a empolgação com que ele contava me contagiava. Os olhos daquele senhor me intrigavam, parecia um olhar distante, quase um olhar insano, mas ao mesmo tempo bondoso e cheio de alegria.
-Mas então tá. Um abraço pra você. Tocou meu braço e foi embora.
Tive vontade de apertar a mão dele, não consegui. Estava paralisado. Tive vontade de pedir pra que ele terminasse a história e de saber porque ele estava me contando aquilo. A voz falhou.
Não consegui olhar pra trás. Mas sabia que aquilo era alguma mensagem que eu deveria desvendar. Na única coisa que conseguia pensar era numa frase que li em um e-mail que recebi há muito tempo atrás: "Temos que reparar nos anjos que vêm nos ajudar, nunca saberemos a forma que eles vão estar".
O mais estranho é que enquanto ele falava me senti em paz, como se todos os meus problemas tivessem desaparecido.
Estou assim até agora, em paz, mas sem resposta.



Gabriel Rego
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