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Cronicas-->Perdido na Metrópole (42) O Acelerador de @s -- 27/11/2003 - 11:31 (Silvio Alvarez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Escrevo, finalmente, as mal traçadas linhas deste artigo semanal, do primeiro computador só meu. Agora sim! Agora, o Genival (nome do meu PC) é todinho, exclusivamente meu. Demorou!

Aprendi informática no computador do escritório. Recentemente, montei uma empresa informal em casa e Helena, a minha vizinha e amiga portuguesa, me emprestou o seu PC por um mês para quebrar um galho. Genival chegou à minha kitchenette com pompa e circunstància, com honrarias de chefe de Estado. Enfim conquistei o meu tão sonhado, amado, idolatrado (salve, salve) computador.

É um modelo à lenha, mas é meu. Parece comigo. Por fora está velho, usado, desgastado, mas por dentro... É um adolescente!

Continuo trancafiado em casa, meu home-office gigantesco! Estou há tanto tempo entre quatro paredes que entro em pànico quando sou obrigado a deixar minha toca kitchenéttica. Virei um homem das cavernas, antes da invenção da roda. Barba por fazer há dez dias. Duas pessoas juntas, para mim, neste momento, é mais que multidão, é um show punk no Maracanã. Terei de me readaptar à vida em sociedade. Estou recrutando uma equipe de psicanalistas, psiquiatras e terapeutas para me auxiliar quando tiver de regressar ao convívio social. Meu amigo Bill (o Gates) está cuidando disto. Joguei esta bomba em suas mãos. Ninguém mandou inventar este treco de Internet.

Preciso desabafar minha epopéia vivida na última semana. Quando fui estrear meu companheiro virtual tão aguardado, o Speedy (sem ser o Racer) não conectava de jeito algum. Como técnico de informática que sou (e mentiroso), achei mais apropriado não me envolver com esta área pois poderia revelar meus conhecimentos adquiridos na micro empresa do Bill quando lá trabalhei. Precisei do suporte à domicílio da companhia que me forneceu o acelerador de @s. Um dia inteiro perdido grudado ao telefone da Telefónica! Martírio auditivo e emocional!

Adoro falar com máquinas. São extremamente simpáticas. Fui obrigado a ouvir tantas vezes a mesma mensagem que a decorei!

- Bem vindo à Telefónica. Tecle pausadamente o DDD mais o número do telefone que deseja consultar.
- Para informações sobre DDD, DDI e promoções com o código quinze tecle dois. Se você não possui linha telefónica tecle três.
- Um momento por favor...
- Dois momentos por favor...
- Três momentos por favor...
- Bem vindo à central de relacionamento do cliente Speedy.
- Para agilizar seu atendimento tire suas dúvidas pela Internet acessando...www.speedy.com.br .
- Para informações sobre o novo Speedy tecle dois. Para contas tecle três. Para suporte técnico tecle quatro. Outras opções e informações tecle seis.

Na centésima segunda vez que ouvi este discurso a neurose atacou meus neurónios desnutridos. Obriguei o atendente a me ouvir. Vingança maligna!

- Bem vindo ao universo do Perdido na Metrópole fora de controle. Escute atenciosamente o que vou dizer, já que a sua empresa me obrigou a ouvir quinhentas vezes a mesma ladainha.
- Para que eu ofenda profundamente a mãe do seu patrão, tecle um. Para eu destruir meu telefone de raiva tecle dois. Para me ajudar basta me atender com dignidade e, por tudo que é sagrado, não coloque aquela mensagem sobre os diversos modelos de Speedy novamente.
- Não acabei!
- Um momento por favor...
- Dois momentos por favor...
- Três momentos por favor...
- Para agilizar meu atendimento reze um Pai Nosso. Para informações sobre meu estado de saúde mental atual, tecle dois. Para que eu suporte tecnicamente a sua empresa, tecle três. Outras opções e informações... Não darei, só de birra!

Não é que o rapaz me ouviu. Esperou que eu concluísse e me atendeu como se nada fosse. Fiquei com remorso.

Meus nervos ficaram em frangalhos. Confesso. Entre uma desligada violenta e outra acabei por quebrar o telefone! Prejuízo!

Pedi um aparelho emprestado para o vizinho de cima. O problema é que o plug do dito cujo não era compatível com a tomada do famigerado Speedy. Tive de ligar o telefone na sala. Com o computador no quarto, a operação foi complicada. Falava com o técnico em um cómodo e corria para o outro para ver o que aparecia na tela.

- Agora clique no comando tal e me diga o que aparece.

Lá ia eu. Voltava.

- Está recusando a senha.
- Reinicie tudo e clique no menu em picanha fatiada.

Lá ia eu de novo. Percorri uns três quilómetros nesta operação.

Resultado? Nada resolvido. Mandaram ligar para o suporte técnico do provedor. Pensei em jogar o Genival pela janela, mas desisti a tempo.

Marcelo Correa da NETMUSIC me telefonou no momento certo. Sugeriu uma gambiarra para ligar o aparelho telefónico próximo ao computador. Explicou tudo direitinho, com lousa e tudo. Precisava apenas descascar o fio do telefone quebrado e colar com fita adesiva para segurar. Conforme tentava executar a operação Magaiver, o minúsculo condutor arrebentava. Resultado? Consegui! Uma hora e meia depois. No início do árduo processo o cabo tinha dois metros. Ficou com dez centímetros. O pior é que não tinha fita isolante ou durex em casa. A única saída foi um adesivo do Garfield! Entretanto, o adesivo mais apropriado foi o do Patolino.

O atendente do provedor não ajudou em nada. A placa de rede estava solta nas entranhas do Genival. Descobri isto dois dias depois.


Silvio Alvarez é assessor de imprensa da banda rock pop YSLAUSS, artista plástico de colagem, colunista e apresentador do Programa Perdido na Metrópole no www.netmusic.com.br - A sua TV de música na Internet. silvioalvarez@netmusic.com.br brunoartes@uol.com.br
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