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Cronicas-->Recordando meus lançamentos - mscx -- 30/11/2003 - 00:11 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

CRÓNICA: Recordando meu livros.
Por: maria do socorro Cardoso xavier

Lembro-me como se fosse hoje, o lançamento do meu primeiro livro, Barco Sem Vela, editado e lançado em 1986! Navegava neste barco sem destino ao desconhecido, num liberar de emoções "nunca dantes navegados"!
O editei através de uma editora de quintal, pois sabia que não conseguiria financiamento; como realmente nem solicitei. Por sinal de um também escritor, Ronaldo Evaristo que muito me ajudou tecnicamente nesta árdua tarefa de edição. Um outro amigo, José Valdecy Nabude, poeta e psicólogo, levou-me até ele e acertamo s preço que por sinal foi dividido em parcelas. Cada passo para a edição era algo novo para mim. A capa fora desenhada por uma amiga, artista plástica e também poeta, paraibana, Gilma Sousa Tietler, pessoa talentosa e criativa, ora em Bremen, na Alemanha. Mil passos, até que enfim fora lançado dentro da programação do Congresso Brasileiro de Teoria e Crítica Literária, evento ocorrido de dois em dois anos em Campina Grande, na Paraíba, idealizado, organizado e executado pela professora universitária com doutorado, a intelectual paraibana Elizabeth Fiqueiredo Agra Marinheiro. A dita deu-me todo apoio moral. A presença dos amigos, poetas e escritores locais na noite de autógrafos, deu um cunho especial e afetivo ao evento! Que saudades dos diletos amigos que hoje se encontram noutro plano espiritual: Edna Thelma Cartaxo, Walter Mendonça, presentes ao lançamento com tanta alegria.
Quanta saudade daqueles tempos dos nossos eventos lítero-culturais a movimentar a cidade de campina grande: Gilma Sousa, Divanira Arcoverde, Molina Ribeiro, Elisa Diniz Soares, José Valdecy Nabude, Álvaro Fernandes, Hélvia Callou, Socorro Cavalcanti Soares, Vandilo Santos, Fernando Tito, José Gilvan, Helena Coelho, Fátima Luna, Epitácio Bronzeado, Ronaldo Evaristo, Marcos Araújo, Selma Barreto, Eudésia Gaudêncio, e tantos outros,- que se estiverem lendo esta crónica, perdoem-me a omissão de seus nomes igualmente caros! Sem distinção de classe social! Dentre esses nomes citados encontram-se representantes de todas as classes. Aí se encontram excelentes declamadores!
Cocktail, comes e bebes sempre com fartura para todos! Fotos! Hoje folheio os álbuns do passado e as lágrimas descem incontroláveis!
Fora Barco Sem Vela uma produção síntese, sófrega, incerta e que finalmente ancorou. Aí ancorei os versos: Se a vida é ciência, é enigma/sentimos que devia ser mais bela/para todos/é sopro, sangue fervente/ganho, perdido na batalha, na guerra/no sacrifício pungente/na hemorragia do esforço/de vida mal vivida/na luta da própria vida.
Adolescência de um Outono, segundo livro lançado em 1988- regressão tardia de uma paixão idealizada e inacabada! O amor de adolescente numa estação de outono. A mulher que de repente virou menina! Os dramas pessoais, por serem também universais nos quais registro a sofreguidão da mulher do século XX, quase heroína e vítima. A contradição entre o ser e o existir; entre amar e odiar; entre assumir-se adulta, sendo ainda no fundo uma adolescente.
Capa e ilustrações do desenhista e artista plástico Wellington Medeiros. Inclusive ele e o irmão Fred são talentosos cartunistas
Interessante é que cada conjuntura de edição e lançamento dos meus livros foram diferentes. Geralmente os mesmos escritores e poetas prestigiaram, outros novos participam, sempre algo a diferenciou. Um outro clima. Lá escrevi o poema Tarde.
Meu terceiro livro, Pensamentos Dispersos e Diversos editado e lançado em 1990! De pensamentos. A imaginação aliada a introspecção e abstração; o pragmatismo da vivência com o mundo, - transcendi do "eu" para o "ser" e o mundo. Obra de pretensão embrionariamente filosófica, na qual digo: O homem cresce verticalmente e decresce horizontalmente; O mundo está um caos aparentemente organizado, dominado por uma ácida angústia; ludibriar a realidade para tornar o sonho mais alto, vez que o espírito terra a terra faz o homem vulgar. Capa e ilustrações do artista plástico paraibano, também talentoso, Lalo Bezerra.
Filosovendo a Vida, em 1992, pela Editora Scortecci de São Paulo, meu quarto livro, apesar de poesia, quase uma continuidade do anterior, no tocante ao arranhar abordagem filosófica. Fruto de minha cosmovisão, minha leitura pessoal do mundo. Venço a solidão e a miséria que percebo e me revolto, - transcrita com a magia da palavra e da emoção!
N dialética do ter e do ser e do ser com o mundo, tudo germinou, cresceu e morre finitamente em busca de paz e equilíbrio, mas se perde no emaranhado da ambição e do egoísmo humano, ainda insuperado.
Capa e ilustrações de um a querida ex-aluna do curso de História, da ufpb, campus II em Campina Grande na Paraíba- Socorro Alcàntara, da cidade de Sumé, na Paraíba.
Lá estão estes versos: O homem busca o amor/ a liberdade/ encontra/indiferença/repressão/ambiguidades; Por medo/de um adeus definitivo/adiamos o momento/provisório.
Psicopoética, em 1994, também editado pela Scortecci de São Paulo. Lançado por ocasião do Congresso já citado ao falar do primeiro livro. Preparei uma exposição muito bonita com painéis artísticos desenhados por talentoso artista plástico paraibano, ora no Rio de Janeiro, Rómulo Melo, cujos desenhos surreais são parte da ilustração do livro.
Tem como temáticas, além do amor, a vida, o perquirir do existencial humano assás complexo e nunca acabado. A preocupação sócio-histórica-política é também contemplada neste livro.
Um libelo num contexto conturbado, rasgo sentimentos e angústias, busco no profundo do eu, o resgate dos conflitos fazendo verdadeira auto-terapia. A mulher, em várias dimensões nesta sociedade competitiva e de classes. Não obstante, sem excluir a possibilidade do amor como parte integrante da vida.
Objetiva quando faço observações e protestos as injustiças sociais e vilezas do mundo; aberta aos anseios coletivos. Um subjetivo objetivo, que por vezes se atropela, constantemente.
O homem como síntese de contradições existenciais e sociais; seu psiquismo impenetrável é desvendado num poema, em alguns poemas.
Uma amostragem dos versos contidos neste livro: O ser humano é e não é/esta é a dialética verdade/para conveniência dos nossos/egos e pressupostos/complexo demais/impenetrável psiquismo humano.
A Saga de Ipueiras em 1998! Prosa; livro de memória, no qual aparece o contexto social e familiar de onde nasci. Episódios vividos pelos meus antepassados, nos idos de 1927 em Ipueiras-Serrita em Pernambuco. Aí meus familiares enfrentaram o bando de cangaceiros, chefiado por Lampião.
Livro mui oportuno e serviu entre outras coisas, para um reencontro com a família espalhada por diversos recantos brasileiros. Uma identidade familiar, principalmente para as gerações novas, que desconheciam os episódios ali narrados. Como os demais, boa aceitação do público leitor.
Finalmente Tesouro Redescoberto em 2002! Faço um resgate da literatura popular nordestina, no àmbito do cordel, o repente, a cantoria de viola e congêneres. Um mosaico de ensaio crítico, antologia biográfica e etecétera. Fruto de um projeto meu na Universidade Federal da Paraíba, - quando encontrava-me na ativa. Agora publicado pela Editora da mesma Universidade.
Nestes sete livros cantei de tudo um pouco; tudo aflorou, como válvula de escape, a solidão de ser, a necessidade dos sonhos e o encanto da esperança!
Com um olhar dilatado ao horizonte, abarco os mistérios do ser e do mundo.
No meu mundo utópico de poeta, confundo por vezes realidade e sonho. Ainda não sei bem o que sou, simplesmente existo. Concordo com Fernando Pessoa que o "melhor poeta é o que sonha mais".
Somos sonhadores, mas sonhamos sonhos possíveis!
A poesia tem sido para mim, um refúgio da minha sensibilidade. É um compensar da anemia do calor humano.
Produto de minha circunstància existencial num somatório plural e individual ao mesmo tempo- um ser que sofre, pensa, cria e por vezes perdida no anonimato da multidão de uma sociedade de consumo amorfa. Tento fugir das artificialidades, pretendendo ser eu mesma. Neste mundo em louca ebulição na dúvida milenar do ser.
Na verdade sou misto de tantos elementos, verdadeira colcha de retalhos, vários eus dentro de mim se conflitando e se complementando.
Céus! Dou-me por satisfeita e até em parte realizada, por ter editado meus sete livros e ainda com esperança de outros editar. Com poesia vou contribuindo com menos dor, vou redimindo males, a poesia está em tudo! Não quero que morra nunca em mim a semente da poesia, sobre este chão íngreme, nesta trepidação sideral de século XXI, onde tanta coisa se embruteceu, em meio a tanta evolução cibernética! Vivemos numa era faca de dois gumes.
Ainda bem que nós poetas continuamos a cantar, somos anunciadores através da nossa ficção, de vida e esperança!






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