Ora, ora, este USINA DE LETRAS sempre tem uma surpresa na cartola. Estava eu aqui em meu castelo, sem fazer nada, após uma cansativa manhã em que me dediquei a polir toda a prataria da casa enquanto lia os estudos de Freud sobre os efeitos da perda do pai em Leonardo da Vinci, quando resolvi fazer um cooper pela internet. As portas do USINA se abriram para mim e uni...duni...tê...eis que saltaram aos meus olhos os teus textos, caro Alberto. Não sou mulher de desperdiçar elogios fáceis, muito menos de me utilizar do puxa-saquismo para praticar minhas abdominais, mas como resistir ao teu "Bem-aventurados os que escrevem porque valorizarão as ações da Bic" ? Ou a "Eu te amo com o desespero dos relógios" ? Declaro-me portanto,desde já, tua leitora fiel, prezado amigo. Afinal, em que outro lugar leria eu com tamanha sinceridade e coragem a afirmação definitiva "O ego é cocô...um chato de galocha" ? Teus poemas têm um viés clássico, uma sentimentalidade romântica e uma ironia barroca. Deu pra entender? Gosto deles. E de "No esboço que de ti fiz só te faltam as cores". O erótico "a calcinha no varal que pingava pérolas" e "a mulher que gozava à janela" é de uma beleza crua que me ruboriza os conceitos. Me divirto com tuas crônicas e suas referências de antanho, afinal, quem se lembra de Lilico? Marta Rocha tinha 2 polegadas a mais ou a menos? Brasília foi construída em 50 anos ou em 5? JK era presidente do Brasil ou do Brazil? Ou de ambos? E a ditadura? Disseram que ela voltou americanizada...
