Tal punhal em coração pulsante
os "nãos" da vida cravam-se em meu peito
e a dor aguda, o palpitar sofrido
ferem-me e sangram por entre meu corpo.
Recolho gota a gota do que ainda resta
e em pequeno cálice, com cuidado e mágoa,
tento recolocá-lo na ferida aberta.
Ingenuamente procuro refazer
pedaço por pedaço o coração partido
e transformar a arma que feriu-me
em algo precioso que apenas quiz
abrir caminho, furiosamente,
para lançar à força, no fundo de mim mesma,
a esperança de ser feliz.
|