SONETO DE OLVIDO
para ADANEIDE
Através da janela atinjo o verde
A pintar sobriamente a cor do olho
De quem viu, verá e não se perde
Para compreender o que escolho
São silêncios e pausas de colcheia
Sob um tom em menor, dramatizado
Partitura crucial que à mancheia
O regente conduz à luz do fado
Terna , perene, augusta mão encerra
Intrigando uma platéia ressabiada
De batuta voraz interrompida
Mas silêncio se faz dentro da terra
Ao contemplar sinfonia inacabada
Quanto mais curta ou longa seja a vida.
WALTER DA SILVA
Camaragibe, Aldeia, maio, 2006
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