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Cronicas-->A Moça na janela - mscx -- 16/12/2003 - 01:31 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A Moça na Janela: 88p: João Pessoa-Pb/ Rigrafic Editora Ltda, 1997. - Patrocínio Funjope (Fundação Cutural de João Pessoa)
Por: maria do socorro Cardoso xavier
Obs: apresentei este livro na Academia Paraibana de Poesia

Poeta Victória Chianca herda da genitora, poeta Guiomar Travassos
Chianca, a veia poética, e hoje tão a contento ocupa sua cadeira nesta Academia Paraibana de Poesia!
A Moça na Janela, livro de poemas, no qual a poeta reúne dezenas; qual derrame lírico em noites insones. Registra instantes agudos plenos de sensibilidade catártica.
Obra predominantemente romàntico-intimista!
Transparece aí uma alma aladamente sonhadora. Na impossibilidade de um sonho tão sonhado e em parte vivido, recua ante as pedras do caminho. -Um recuar sem extirpar o sentimento.
Este continua a medrar dentro do eu, em ritmo leve, qual sinfonia de Euterpe!
Moça na Janela é a menina moça mulher tardia, que lança um olhar de ternura, em estado d´alma enlevado e ao mesmo tempo contido. O título do livro diz muito do seu sentir: - a mulher que ainda guarda a menina vestida de camisola cor de rosa e laços de fita, ansiosa por ouvir uma serenata numa noite de luar.
O contraditório e o complementar-se da mulher moderna. Madura, com sofreguidões, preocupações de hoje; aquela que vai as compras do Shoping, gerencia seus bens, pois de classe média urbana; ao mesmo tempo enxuga lágrimas de saudade de um grande amor. O olhar contemplativo de ontem pela janela, ao fitar estrelas em céu azul, visualizara uma vida idílica. Qual Penélope vai tecendo a doce e silenciosa trama do esperar o belo guerreiro. Fita o brilho das estrelas com calma e elegància!
Moça na Janela simboliza também aquela atitude psicológica de quem não vive verdadeiramente as trepidações da estrada - mas esboça um sorriso, lança um olhar sobre si e o outro, neste canto em verso livre.
Hoje, minimiza os sonhos, aterriza. Recua pautada em valores próprios.
Há contrastes na mulher poeta Victória! Mas se atentarmos bem há mais harmonia, coerência, sobriedade, o devagar e sempre, com equilíbrio!
Difícil enquadrar, rotular um poeta nesta ou naquela escola literária. Há num mesmo autor nuances polissêmicas e simultaneidades. Em Victória, a moça da janela, ao mesmo que se ler o poema Moça na Janela (p.1), Madrugada (p.20); Reino Encantado (p. 71); E outros do mesmo jaez;-
Lê-se também outros mistos de realismo sarcástico, Lágrimas negras (p.43);modernismo, simbolismo- Vento (p.14); Praia (p.17); Conviva (p. 38)
Lua Poente (p.32); Noite (p.21); A arvore, a seca e cheia (p. 39); Redemoinho (p.33); Amante (p. 15); Noite de brumas (p. 23). Encontro Victória com ensaios de concretismo: Poemas Pranto (p.44); Cicatriz (p.45); Solidão (p.54); Vampiro )p. 70); descubro-a também num modernismo naturalista: O milagre da vida (p.6); O milagre da floração (p. 7); estes dois aqui, ricos em metáfora: a autora ao invocar a floração, é a sua própria vida que quer reverdece-la.
Um traço deste poemar de Victória, como moça na janela, tem sido cotejar fenómenos da natureza com os próprios intra-psíquicos do profundo sentir e acontecer num driblar de linguagem metafórica para não voltar a ser aquela Cinderela mas uma Amélia moderna, a da Sala de Espera, que quase desespera; - oculta a mágoa, a queixa, esboça um adeus que vira perdão e amizade. Representando este bloco de poemas, Musgo (p. 62); Pássaro perdido (p.63); Olho d´Agua (p.64); Espinhos (p.67); despetalada flor (p.68)
Enfim, até uma Victória social a encontrei na oitava parte do livro: em Menina na calçada (p.79); A fábrica (p.82); Dia a dia (p.83).
Destarte há uma intertextualidade, reescrituras nesta obra de Victória. Qual inconsciente carregado de relembranças; por momentos meio encontrada, meio perdida, apela aos deuses que lhe ensine o melhor caminho, nem sempre o mais fácil.
Victória gosta de escrever. Em verso e prosa! No seu livro de Cronicas, João Pessoa e suas pessoas, que está por lançar, por ter havido erros na impressão que ora se corrige na gráfica - esta obra fruto da sua atividade de cronista no jornal União da década de setenta. Resgata em Cronicas muito sensíveis, instantàneas e reais os acontecimentos sociais dos homens marcantes da urbe de João Pessoa. Soube captar muito bem o trafegar fenomênico da existência diária dos seus personagens reais em interação com seu meio. Os fatos do seu tempo registra nestas Cronicas, contribuindo com a preservação da memória social de uma cidade. E que cidade! Capital com vivência ainda provinciana, com ótima qualidade de vida, um tapete verde, sol!
Há tantas Victórias naquela Victória da Moça na Janela: o solfejar de uma saudade quase sem passado, pois sempre presente em seu universo psíquico. Um clima que evola na simbologia do captar e sentir. Um concerto finito pela praticidade de novos tempos, que exigiu daquela moça da janela novas atitudes; e, ainda tateia procurando parte do caminho que se perdeu.
Victória ex-professora da rede estadual, ex-pesquisadora da Fundação José Américo, co -implantadora e coordenadora de educação moral e cívica da rede estadual, na década de setenta. Possui trabalhos inéditos nesta área, a publicar. Encontra-se pesquisando já há algum tempo a controvertida e marcante Anayde Beiriz. Participa em diversas antologias, com outras modalidades de prosa: artigo, contos, Cronicas, narrativas outras.
Mas nenhuma das victórias ultrapassa a Victória que trás a marca do sonhar, dos romances inacessíveis, nos gestos ternos, amigo, na elegància de ser, do pisar. Partitura de uma sinfonia inacabada. Devassa menos do que a sensibilidade adentra.
A Moça na Janela -para encerrar esta fala, - não foi o que idealizara ser, mas o que póde ser, no seu modo de ser. A ilusão, o real. A síntese de uma mulher! Uma poeta!
Talvez Victória, eu não tenha dito tudo que deveria dissecar, mas o que me foi possível inspirar!
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