Gosto de caminhar sozinho, e enquanto caminho me deixo levar pelos pensamentos que fazem de mim um passageiro de quimeras cheias de ilusão, que se misturam com figuras sombrias de um passado querido, mas distante.
De repente, não estou mais só, me fazem companhia as lembranças e recordações que sempre me levam ao encontro de alguém muito especial que ficou adormecida em um lugar qualquer de minha existência. Alguém que durante muito tempo foi o motivo e a razão da minha alegria, alguém que me fez desejar eternizar os momentos mais simples, e ao mesmo tempo mais importantes, sempre que estivemos juntos.
Por um momento sua presença pareceu-me tão verdadeira, mas era apenas uma brisa que acariciou meu rosto e embalou um sonho, fazendo-me imaginar que o brilho de uma estrela eram seus olhos a me fascinar. Aquela estrela é minha, não ... minha é a dor, minha é a angustia, minha é a tristeza, a estrela jamais será minha, ilusão, ela pertence a outro mundo, jamais será minha.
Tenho voltado muitas vezes ao passado, mas não consigo trazer minha alegria de volta, o passado é um livro de paginas amareladas pelo tempo, em cada pagina um momento em cada linha um segundo perdido que não volta mais, a não ser em saudades vivas de momentos que nem mesmo o tempo conseguiu apagar.
Hoje, tudo o que restou foi a lembrança de um sorriso, e a marca de uma lágrima, que eu sufoquei aqui dentro e engoli em seco pra não chorar. E Essa lágrima tal e qual uma semente, cresceu e germinou tentando preencher o vazio deixado pela perda de você.
Enquanto eu viver, você viverá também, aqui dentro, bem guardada, junto a mim, como eu também estou preso aos laços de saudade que não me deixaram te esquecer.
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