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Artigos-->A volta de Brizola -- 09/09/2002 - 14:32 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
* Foi numa tarde de sol, com pouca gente esperando no aeroporto de Foz do Iguaçu. O bimotor aterrisou, deixou os motores ligados, e depois de mais de vinte minutos desligou o motor.

A testemunha, que hoje reside em Porto Velho, passou pelo local apenas para fugir do tédio de Foz do Iguaçu, então sem muitas opções de lazer no início dos anos 80.

Na pista apenas um sargento da Aeronáutica para autorizar o pouso da nave, permitindo que após 16 anos de exílio o ex-governador do Rio Grande do Sul recuperasse seus direitos políticos.

Estava acompanhado de dona Neusa e uma menina. Brasileiro descartado de sua terra por pensar diferente.

Embora quase ninguém saiba disso, teve que receber aprovação do governo norte-americano para voltar. Não só Brizola. Todos os nacionalistas eram considerados incômodos por Washington.

Os "democratas" norte-americanos nunca gostaram de criaturas sobressalentes, e há poucos anos tinham derrubado o governo Allende no Chile. Com a chegada de Jimmi Carter ao poder resolveram distender o setor político para acelerar a recuperação econômica dos EUA, que só viria se consolidar com a administração Reagan, reformando o Estado, e naturalmente arrochando os países latinos.

Vinte pessoas tiveram coragem de receber o grande líder da Legalidade e da tentativa de resistir ao golpe de 1964. Ainda não havia confiança suficiente da população para exprimir suas opiniões políticas.

Golberi do Couto e Silva ainda encontrava dificuldades para administrar setores mais conservadores das Forças Armadas e mostrar que a abertura democrática traria melhorias para o Brasil.

Na chegada de Brizola alguns repórteres locais viram a oportunidade de se destacar, quem sabe puxando o saco de políticos reacionários, ou mesmo querendo agradar os censores, ainda não totalmente extintos. Sapecaram a notícia no dia seguinte: "Brizola volta pela rota do contrabando".

Não adiantou. Na primeira eleição que teve chance Brizola levou o governo do Rio de Janeiro, causando grande furor nas oligarquias cariocas, alimentadas reciprocamente por Roberto Marinho via Rede Globo.

Depois o velho caudilho continuou sua trajetória, alternando bons e maus momentos. Mas a testemunha guarda na memória o difícil momento em que o homem pisou o solo pátrio, sem a certeza de permanecer vivo, para mudar o panorama político brasileiro outra vez.

*Texto publicado no Jornal O Estadão do Norte-RO
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