Encontrei no meio dos papéis velhos um folheto da Igreja Batista da Liberdade. Não que eu tenha frequentado o ambiente religioso, mas pude ter um breve contato com o trabalho desenvolvido pelos jovens da igreja.
Foi numa situação não muito agradável. Eu estava com uma crise simultânea de fígado e pedra nos rins, sendo devidamente atendido no Pronto Socorro João Paulo Segundo, onde se encontram todos os infelizes da cidade e do Estado de Rondônia.
Todas as sextas-feiras os jovens distribuem sopa pela cidade, e entre os seus roteiros de assistência está o hospital mais procurado de todo o território.
Os jovens distribuem a sopa do lado de fora e a palavra do lado de dentro, num contato rápido, orando com os pacientes.
Inútil descrever as necessidades dos pacientes. A equipe do JP2 atende a tudo e a todos. Acreditem, o organismo humano é falho e há de tudo por lá. Excelente para os estudantes de medicina aprenderem a lidar com a solução imediata, a criatividade e a situação de risco.
Os jovens batistas distribuem o folheto, oram com quem deseja, e depois seguem em direção a outros bolsões de pobreza, humana e espiritual.
Este tipo de trabalho é desenvolvido também por outras igrejas, evangélicas ou não, inclusive grupos espíritas.
Mas os jovens se diferenciaram por não tentar me converter, no que não teriam sucesso mesmo.
Apenas trouxeram o consolo da palavra para os necessitados, como poderiam fazer outros grupos. Quem já teve contato com a Bíblia não encontrou nenhum versículo onde o pregador teria tentado enfiar conceitos goela abaixo de seus interlocutores.
Alguns, analfabetos funcionais, fazem isto, tornando o cristianismo repulsivo aos estranhos.
Não foi o caso dos jovens batistas, que desenvolvem um trabalho louvável, digno de ser destacado, e com certeza, conseguem ampliar o rebanho dos que buscam uma grande verdade.
É uma pena que hajam tantos lugares carentes precisando deste tipo de trabalho, reflexo direto das políticas econômicas adotadas ao longo do tempo pelos governantes. Méritos para quem consegue superar as dificuldades pessoais e prestar um serviço como o dos jovens citados. Isto também mostra que resta alguma esperança para a humanidade.