“...como qualquer outro dia,
vazio e sem alegria,
uma estrela sem forças,
a ponto de penetrar na atmosfera
dessa terra em mutação,
descobriu que nada havia a temer,
que era capaz de ser e sorrir.
Essa estrela fora atraída por uma vidinha
Encravada no jardim do limbo,
Pronta a buscar no céu despedaçado
O seu quinhão de paraíso.
Era uma flor,
É uma flor...
Não rosa,
cravo
ou lírio,
não com nomes ou delírios...
Tão somente uma flor-menina!
Vezes tanto,
vezes morna,
Não uma flor qualquer como qualquer mulher...
Mas uma flor-mulher, desejando-se parir.
A estrela pôs-se a rir...
Acreditou e desistiu de sucumbir.
A estrela estendeu seu braço de luz e purpurina
E ajudou a flor a crescer.
Nunca, nem um dia de sua existência,
A estrela a fez chorar,
A estrela ensinou-a a viver...
E elas entregaram-se em suas diversidades,
Criando-se únicas.
Não mais uma estrela cadente,
não apenas a flor esquecida,
Entretanto uma estrela-flor, num triângulo sem dor:
Estrela-Flor-Amor...”
|