Olhados de cima
todos os objetos são menores:
neles, a circunstância líquida de pertencerem
a relatividade,
como nós, estranhos objetos na sala de visitas
de nossa eterna busca pela vida.
Do alto do trampolim da existência
mergulham os homens no abismo da palavra:
não há receio, todos nós nos espelhamos
no borro do rosto universal
aceitamos a perspectiva de apenas lembrar
nos intervalos da vida o menino aprendia
a ser homem, a derrotar seus fantasmas
o impacto de se viver apenas uma vez.
jaz encarnado na malícia rebelde
de nossa inigualável solidão um apelo urgente,
as vezes ouço falar de preces e bruxarias
mas sempre voltamos ao poema da infância
no trilho do trem
um menino caminha e sonha, sonha e voa,
voa e sem notar, faz amor com a liberdade.
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