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Contos-->AS NUVENS -- 19/05/2005 - 09:47 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AS NUVENS

Fernando Zocca


Até a poeira dessa cidade que se grudou em nossos pés, nós sacudimos contra vocês. Apesar disso saibam que o reino de Deus está próximo. Eu lhes afirmo: no dia do julgamento Deus será mais tolerante com Sodoma do que com tal cidade. Lc 10, 11-12.




Capítulo I


Glauco Nergam soube por intermédio de seu amigo Gary K. Aspa White que seus textos foram violados por um integrante da seita maligna do pavão louco. Na verdade era um pequeno grupo, de seguidores demonistas, os verdadeiros autores da façanha.
Quando vislumbraram a possibilidade de corromper os textos do Nergam, os dois matutos comunicaram a ocorrência aos demais interessados, dizendo que não desejariam participar sozinhos da tal empreitada.
Era mesmo característica diferenciadora dos integrantes da corja, essa faceta de estarem sempre acompanhados nos atos delituosos.
Sentado num dos bancos daquela praça abandonada pelo poder público, (o prefeito Jarbas Caquético-testudo aplicava a maior parte do seu tempo na defesa do cargo, visado por credores irrequietos), Glauco Nergam desconhecia a origem das vírgulas, espaços em branco e demais mexidas nos seus textos publicados no jornal de Tupinambica das Linhas.
Nergam sabia interessar aos integrantes da seita maligna-do-pavão-louco e ao partido do prefeito troncho, a desmoralização da sua pessoa diante dos eleitores. A punição ao escritor seria demonstração de poder e afirmação de que seu mando era incontestável e inatingível.
Quem dissesse que, lá em Tupinambica das Linhas, as estruturas psicológicas e sociais que inibiam ou deformavam a criatividade, eram inexistentes, corria o risco de receber o título de cidadão Tupinambiquence, outorgado pela valorosa classe política componente da câmara dos vereadores.
Desolado Glauco curtia a má sorte de morar naquele fim de mundo. Assustou-se quando viu seu amigo K. Aspa aproximar-se e tomar um lugar ao seu lado.
Gary disse: "A chefe do gabinete do prefeito, tem aventuras amorosas extraconjugais e depois, entre as amigas de sessão de carteado, conta tais peripécias dizendo ser Madalena, sua empregada, a verdadeira safadinha."
Nergam falou num tom desolado: "Se tivesse eu o capital inicial, fundaria meu próprio jornal."
K. Aspa White perguntou:
"Mas esse seu capital inicial seria em dólar ou real?"

Capítulo II

Um mastro pra bandeira

O mundo todo sabia ser, a pedagogia do lugar, algo feito pra malucos. A cidade, sob o domínio das tais idéias, jazia inerte no tempo, feito a pobre e rota bandeira sem mastro da prefeitura.
Toda flácida, fria, esquecida e postada sempre sobre um mesmo móvel empoeirado, o símbolo carecia da haste que a fizesse tremular num lugar de destaque.
O povo de Tupinambica das Linhas, atribuía a si mais valor do que realmente tinha.
O fato de que muitas pessoas da classe média (geralmente funcionários públicos), em sessões de "vidas passadas", dizerem ser descendentes dos nobres das cortes francesas, poderia indicar a existência de sentimentos de inferioridade arraigados.


Capítulo III

Uma cidade povoada por subdesenvolvidos

Os donos da terra (usineiros latifundiários) e seus capachos políticos, quando tocados por verdades constrangedoras diziam, em defesa própria, coisas tais como: "A inveja é a sombra da glória."
Ainda que tivessem alguma razão, era irrefutável a injustiça existente na concentração de propriedade nas mãos de tão poucos privilegiados audazes.
As tais estruturas inibitórias ou deformadoras da criatividade, tinham raízes naquelas personalidades obtusas e coronelícias.
Uma pichação constante numa das paredes da prefeitura municipal de Tupinambica das Linhas expressava bem o que era o local: "É uma terra de filhos da puta! Todos descendentes de um rei cagão e uma rainha louca."


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Van Grogue percebeu que o chato perdera a graça e continuou:
- Você é igual àquele radioamador cego, mal humorado, barrigudo e desocupado, que passa a maior parte do dia sentado no banco da praça, assuntando a vida alheia, dotado de antena fincada no quintal, e que pra se compensar, durante a noite, promove interferência nas tevês da vizinhança. Um broxa chatíssimo.
Leia o texto completo em O PONTEIRO.
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