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Cordel-->GARIMPEIROS DA PRAIA DO FORTE -- 26/01/2012 - 16:56 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

GARIMPEIROS DA PRAIA DO FORTE



Nesse mar, misterioso mar!
como bem entoa o cantador
onde há segredos a marejar
e até há concha que vira flor
como um cascalho à brilhar
quando à tona vem se expor.

Muito misterioso é esse mar
banhando o forte de Mateus
tirando do turista a bronzear
as medalhas dos santos seus,
cordões e pulseiras a cintilar
e tirando os estresses meus.

Porque esse verde esmeralda
pincelado de um azul colonial
brilha como pintura esmaltada
pintada por artista mais genial
que dando o tom da pincelada
transforma a natureza imortal.

Depois que todo dia tropical
introduz em corpos e mentes
balançar de alegrias corporais
e forte palpitação indiferente
é a festa de cores e sensoriais
desejos de viver ardentemente.

Praia das finas areias brancas
e pessoas belamente coloridas
guarda segredos e as trancas
que ficam tempos escondidas
por marolas e marés brandas
que nas ondas são removidas.

Um aposentado guarda-vidas
encontrou seu antigo chaveiro
dado como uma coisa perdida
por longos vinte anos inteiros
foi por uma ressaca devolvida
sua alegria pelo companheiro,

São até objetos de estimação
que o mar, às vezes, surrupia
de quem mesmo por distração
dos balangandãs não se alivia
tomando banho até de calção
e sumários trajes que arrepia.

Outro banhista em certo dia
estando de férias no nordeste
numa praia de Ilhéus, Bahia,
deixou cair um anel da veste
que tudo dentro do bolso caía
só faltando a cabeça do peste.

Para um deputado de Brasília
ostentando um cordão vistoso
o mar sem chance ou anistia
jogou numa vala o escabroso
que talvez quem sabe um dia
caia nas mãos de cuidadoso.

Pois é preciso ser previdente
cuidar da pele, dos acessórios
exposição e perda é evidente
são mais do que fato notório
o que tem que brilhar é gente
sem tênue brilho provisório.

As correntes marítimas do sul
e as correntes quentes do norte
mais marés e ressacas no azul
desse mar de vida não de morte
fazem valas, buracos como tatu
pra esconder seu ouro da sorte.

Nas praias todos os garimpeiros
são homens de olhar treinado
para nas tocas e nos sombreiros
“ver” onde os metais afogados;
bijuterias, brindes ou dinheiros
sejam sem demora encontrados

É o dia de festa para os antigos
e ansiedade para os mais novos
no congraçamento entre amigos
das atividades de antigos povos
e bons colhedores de mariscos
isso é sabido e eu até comprovo.

São os dias que Marcelo e Davi
encontram valas onde correntezas
mais caprichosas tentam esculpir
refúgios para esconder riquezas
que o mar tanto tentou encobrir
e eles as encontram com certeza.

São garimpeiros mergulhadores
e atuam garimpando submersos
usando pés de pato mexedores
onde nas valas remexem restos
que nos brilhos são merecedores
de ilusões, sonhos e até versos.

Também garimpeiros da areia
atuando nas fraldas das marés
passam os ancinhos como teias
utilizando também os seus pés
com as rapinas que não são feias
e são bonitas como uns mil réis.

Nonô, mais antigo garimpeiro
o primeiro nessa especialização
com um olhar de gavião ligeiro
não confunde o metal com latão
e nem a chapinha com dinheiro
pois no Forte é grande campeão.

Marcos Sampaio é outra lenda
de garimpeiros mergulhadores
que mergulhava e quem lembra
diz que parecia com nadadores
que nas olimpíadas sua prenda
era como ouro dos vencedores.

Mergulhava das rochas antigas
onde foi construído o Forte
que nomeia a praia tão amiga
que o acolheu e lhe deu sorte
sem precisar de trevo ou figa
para encher de ‘joia’ seu cofre.

São muitas estórias pra contar
e muitos personagens atuantes
que se o leitor puder aguardar
conto outras bem interessantes
de tipos formadores desse lugar
e sua simplicidade exuberante.

Mas, se no Baleia Azul aparecer
com o coração aberto e amistoso
o Chico do quiosque terá prazer
em o atender com menu gostoso
estórias de garimpo e mesmo ter
ao lado, um garimpeiro atencioso.



O Garimpeiro da Praia do Forte

Depois da ressaca, a bonança, se traduz no ancinho e na disposição para remover areia. Ainda bem que a branca areia fina da Praia do Forte, mais acaricia do que incomoda os pés. É no paciente caminhar que o garimpeiro mergulha seu olhar, treinado nessas maresias, para o encontro do brilho oportuno, do achado tanto aguardado.
Horas sob um sol inclemente e um vento fustigante que muitas vezes só resultam em desencontros, o homem faz em seu ofício lúdico, uma inserção nessa paisagem praiana.
Já houve tempo em que se encontravam dobrões de ouro, perdidos dos galeões, onde os piratas insistiam no tráfico do pau-brasil; hoje o que mais se encontram são bijuterias, ouro de tolo, que não chegam a consagrar o esforço do garimpeiro.
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