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Poesias-->OS BÁRBAROS JÁ CHEGARAM -- 16/07/2006 - 14:29 (ANTONIO MIRANDA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS BÁRBAROS JÁ CHEGARAM



Poema de Antonio Miranda



“Por que não vêm os dignos oradores

Derramar o seu verbo como sempre?”

KAVÁFIS






Os bárbaros já chegaram e se tornaram

invisíveis em suas sinecuras,

com suas túnicas rubras, azuis, furta-cores

— chegaram sem resistência.



Chegaram os bárbaros

com sua declamatória fortuita

e sua eloqüência gratuita

pregando uma democracia de simulacros

e semelhanças neutralizantes

ocultando as diferenças.



A eles entregaremos nossos cérebros jubilosos

nossas cabeças decapitadas em bandejas

às hostes recrutadas nos subúrbios sombrios

para amedrontar-nos e susjeitar-nos

ao moralismo mais pedestre e pedante.



Abandona o plano metafísico

e refugia-te no cotidiano mais reles,

vaticina Baudelaire.



Sigamos os exemplos mais edificantes

da mesmice, os fogos-fátuos da mediocridade

a exemplaridade de almanaque

e da bula de remédios, os redentorismos:

o cinismo dos disfarces e ventriloquias

o endeusamento coreográfico

do Líder narcisista e pantomímico

(que toma o poder e saqueia):

— suas sandálias de prata

e sua coroa de espinhos

de ouro reluzente.



Diante de tal fatalidade

— uomo qualunque* —

só nos resta o estoicismo

para corromper os alicerces do absolutismo.



Assumir o anonimato

do mais reles existencialismo

esperando ventos admonitórios

que hão de vir, acreditemos.



“Amargamente por nós choram Príamo e Hécuba”.**







Chácara Irecê, Goiás, 16/07/2006

* qualquer de nós, a qualquer tempo.

** Príamo, rei ancião e Hécuba, sua segunda esposa, assistindo à invasão de Tróia.



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