Frei Antônio de Sant´ Anna Galvão foi o primeiro brasileiro declarado santo pela Igreja. A missa campal de canonização foi celebrada no dia 11 de maio de 2007 no Campo de Marte em São Paulo, pelo papa Bento XVI.
Todos os documentos que permitiram a canonização começaram a ser preparados em 1938, mas o processo só foi adiante em 1991.
Frei Galvão nasceu em 1739 na cidade de Guaratinguetá SP e aos treze anos foi enviado ao colégio dos padres jesuítas na Bahia, onde permaneceu até 1756.
Quando ele voltou para sua cidade, desejava entrar para a Companhia de Jesus, mas seu pai se opôs. Assim foi encaminhado aos padres franciscanos que exercitavam o ministério pastoral na paróquia de Taubaté.
Frei Galvão entrou no noviciado em Macacu (RJ), em 1760 dois anos mais tarde foi estudar Filosofia e Teologia no Convento de São Francisco em São Paulo.
Em 1774 fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Luz da Divina Providência, hoje conhecido como Mosteiro da Luz em São Paulo.
Frei Galvão viveu na capital paulista entre 1762 e 1822 e foi muito procurado para a cura de doenças. Numa dessas ocasiões escreveu em latim num pedaço de papel a frase de devoção à Virgem Maria: “Depois do parto, Ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus, intercede por nós!”
Ele enrolou o papel em forma de pílula e a deu a um jovem que estava com dores renais. De acordo com os relatos do período foi expelido um grande cálculo e as dores cessaram imediatamente.
O marido de uma gestante também procurou pelo frei pedindo orações e um remédio para sua mulher que sofria com problemas no parto. Frei Galvão fez novamente uma pílula e a gestante melhorou rapidamente.
A recuperação da menina Daniela Cristina da Silva após 26 dias em coma por causa de uma hepatite aguda foi responsável pela beatificação de Frei Galvão em 25 de outubro de 1998, realizada pelo papa João Paulo II, após 176 anos da morte do franciscano, ocorrida em 1822.
Orações, novenas e a ingestão das pílulas teriam dado à Sandra Grossi de Almeida a superação dos riscos de uma gravidez bem como a cura de uma doença grave de seu filho recém-nascido.
Em 2004 o caso de Sandra foi levado à Cúria de São Paulo para o processo diocesano, sendo analisado por sete médicos brasileiros e cindo do Vaticano.
A freira Célia Cadorin da Congregação das irmãzinhas da Imaculada Conceição foi nomeada postuladora da causa do Frei Galvão, dedicando os últimos dezesseis anos à tarefa de providenciar documentos e testemunhos que provassem a santidade do frei.
Foi o segundo milagre que fez do franciscano o primeiro santo brasileiro. Frei Galvão faleceu no dia 23 de dezembro de 1822 e foi sepultado na igreja que ele mesmo construiu, na capela do Mosteiro da Luz.
