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Contos-->Conto fantástico: o tucano e o sapo barbudo -- 01/08/2005 - 15:39 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A fábula do tucano e do sapo barbudo

- Porque me odeias, oh sapo barbudo? - perguntou o tucano. Achas que eu sujo a água que bebes no rio do Poder? Talvez porque, enquanto tu trabalhas como formiga no Governo, eu canto e danço como cigarra na oposição? Por que me odeias, sapo barbudo?

O sapo barbudo respondeu:

- Eu é que te pergunto por que você me despreza, do alto de seus galhos, com seu bico de doutor nefelibata? Só porque eu vim da caatinga, porque não pude estudar e vendi picolé no caís do porto?

O tucano replicou:

- Não, caro sapo, eu não te desprezo, eu até te invejava quando surgistes, um súbito símbolo irrompendo no mundo universitário. A tua figura de jovem sindicalista com a barba negra, teus gestos épicos diante da massa de metalúrgicos nas greves me deram muita inveja. Nós, da USP, nuca tínhamos visto um operário real. Conhecíamos alguns encanadores, faxineiros de nossas casas, entregadores de pizza, mas tu surgistes como uma estátua leninista, e viestes preencher os sonhos infantis de intelectuais paulistas. Nós, trêmulos professores, te amamos como uma alegoria viva, foice e martelo na mão com o dedo decepado, pois tu eras a primeira novidade pós-64. Tu fostes o primeiro operário do Brasil. Algumas professoras nos desprezaram na gincana sexual da USP e foram "dar" para ti, esperando um elixir ideológico que as vivificasse...

Esse diálogo do sapo com o tucano, na beira do rio, era ouvido por toda a "baixa bicharada" da floresta: toupeiras, cachorros-do-mato, ratões de campos, cobras-criadas, aranhas fisiológicas, baratas leprosas, botos tucuxis, vermes evangélicos, todos os bichos atrasados do mato seguiam a conversa dos dois. Havia, entre eles, uma animação nunca vista nos últimos anos, entre os brejos e tocos queimados por grileiros.

"Eles vão brigar de vez! Está chegando a nossa hora! - grunhiu uma toupeira para uma barata leprosa. Estamos diante de um alvorecer!" - concluiu um rato de campos.

O sapo barbudo insistiu:

- Não; você me despreza, sim...

- Não! - redargüiu o outro. Nós, tucanos, até criamos um Partido por tua inspiração. Vimos que tu tinhas dado um "corte epistemológico" na política do país, que deveria ser negocial, prática, sem bandeiras utópicas. Aprendemos com tua ignorância sábia e fundamos o tucanário do PSDB. Infelizmente, surgiram os urubus -leninistas, nostálgicos de revolução...

Um murmúrio percorreu a "baixa bicharada" que ouvia em suspense:

"Isso! Benditos sejam nossos aliados, os marxo-urubus, que transformaram toda carne nova em carniça, que apodrecem as inteligências progressistas!" - ganiu um cachorro-do-mato.
- Essas toupeiras de esquerda - inflamou-se o tucano - foram transformando tua sabedoria instintiva em babaquices ideológicas, tu virastes aos poucos o líder das mulas da revolução imaginária e tua toca abrigou todos os asnos da utopia. Nos últimos 20 anos, tu foste o símbolo de um futuro impossível. Mas, como na floresta do Brasil tudo acontece por acaso, um bichinho estranho mudou nosso destino, sapo amigo, quando Tancredo, a sutil raposa mineira foi eleita nas "indiretas", depois dos anos-gorila. Um microbinho enfiou-se em sua barriga e matou-o na hora da posse. Quem o substituiu foi outra raposa, nordestina, bigoduda, que levou o país até 80% de inflação ao mês... lembras-te? Depois dele, veio um lobo com pele de cordeiro, ou melhor, um abutre com cara de águia cercados por carcarás e calangos da caatinga, que fez tanta maracutaia que acabou expulso. Em seu lugar, entrou um jeca-tatu que teve, por acaso, o mérito de me lançar para presidir a zorra da floresta - enfunou-se o tucanão.

- E você me derrotou, eu que queria reinar havia duas décadas...

- Sim, venci; mas esperava ter o teu apoio, sapinho, pois éramos parecidos, sabíamos que nossa dupla podia ser um sucesso. Mas teus urubus leninistas me massacraram durante oito anos, se aliando até com os vermes mais sujos para me infernizar...

- É que "sapo não pula por boniteza, mas por precisão", senhor tucano. E meu conselheiro, o urubu-rei Dirceu, mandou eu te atacar...

- E agora... estás pagando caro, amigo sapo; castigo anda a cavalo... Eu sempre te admirei por tua inteligência prática, mas agora tu estás me xingando em público, me culpando por um passado que conheces, dando ouvidos a antas rancorosas. Tu preferes te aliar com a pior das lacraias, que a mim. Queres que eu morra com a boca cheia de formigas, esquecendo, ingrato, do tempo em que distribuíamos panfletos à porta da Volks... devíamos ser irmãos.

O sapo sufocou um soluço emocionado.

- Tem razão; vamos nos unir, então, companheiro tucano, seremos invencíveis!

Houve um frêmito de pavor na "baixa bicharada" suja. Gemiam: "Se eles se unirem, estamos campados!" - disse um ratão de Belém. Alguns bicharocos começaram a rezar.

- Vamos à luta, irmão sapo! Nós dois somos uma exceção nesta floresta suja. Unidos, consertaremos esta "coisa muito legal". Não precisaríamos nos aliar com essas minhocas e baratas descascadas, chefiadas por esse bicho-severino, bicho feio, que já tomou a Câmara. Unidos venceremos!!!

Neste momento, uma hiena salvou tudo. Começou a gargalhar, uivando de ironia, interrompendo o interlúdio afetivo que despontava. O tucano deixou cair a bicanca tristemente e soluçou:

- Infelizmente, ambos queremos ser "hegemônicos", companheiro sapo...

- Queremos ser... o quê?

- Ahhh... ahhh... nós dois queremos mandar sozinhos. Mas os terroristas do Hamas do PT não vão permitir nossa união...

(Ao longe, uns poucos veados românticos começaram a chorar...)

- Nosso reinado será breve, sapinho... As lacraias já estão tomando o Poder...

"Que sempre foi nosso!" - berrou um macaco-prego em coro com porcos, javalis, aranhas e piranhas. E o tropel da bicharada suja, com urros, zurros, ganidos, vagidos, arrotos, ronqueiras, "coaxos", encheu os céus do país.

E, aí, o tucano voou e o sapo ficou "cururu", na beira do rio. E a aranha-miúda, a escória da floresta, invadiu para sempre o "Pudê".

Moral: "Em terra de lacraia, tucano não avoa e sapo morre afogado".


Pois é,

O pior é q nós, as formiguinhas que trabalham pra comer, vemos isso e não tomamos atitudes. A nossa floresta, é deles, e no rio do "Pudê", quem manda é a águia americana... A águia ja tá caindo, só q quem vai dar o bote é o dragão chinês! E é bom ter medo, pq o dragão vai cuspir fogo!!!

Infelizmente, tenho certeza que ainda verei a amazônia ser declarada "território mundial", e verei meu país ser dividido. Não é bom q um país tão grande, cheio de recursos, mais rico e desenvolvido q seus vizinhos, esteja tão perto dos EUA. Irei chorar muito qdo isso acontecer, sei disso, mas não quero estar aki pra ver isso... Podem ter certeza do que digo, a amazônia, será tomada de nós, declarada patrimônio mundial. E o país, em meio a lutas internas, vai se dividir.

É um processo q já se iniciou, isso só levará alguns anos.

Mais pra frente...

Postado por + the iluminated + às 9:49 AM

(Texto extraído de http://www.ricardobraz.blogger.com.br/)





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