Lins (São Paulo) - Drogas é o tema da Campanha da Fraternidade 2001, lançada ontem pela CNBB (Caiporas Narguilês Bagulhos e Bodes) e que prosseguirá durante toda a quaresma pelos próximos 40 dias (se ninguém perder a conta). O bispo de Lins, Dom Irineu Danedylan, um dos responsáveis pelo Seminário de Preparação para a CF 2001, deu (no bom sentido) um tapa e uma entrevista exclusiva, inclusiva e simpatizante à Bolha.
BOLHA: Baseado em que foi escolhido o tema da Campanha da Fraternidade?
DANEDYLAN: Baseado em nada. Ninguém na CNBB fuma, toma ou cheira.
BOLHA: O que vocês pretendem com a campanha deste ano?
DANEDYLAN: O mundo da droga está passando por um momento de muito egoísmo. Devido ao surgimento da AIDS, as pessoas não estão mais compartilhando seringas e agulhas. Isso gera avareza e desentendimento, e todos precisam de paz e tranqüilidade para entrar em comunhão.
BOLHA: As últimas campanhas têm dado algum resultado?
DANEDYLAN: Sim, só aparece a médio prazo, mas o resultado é fantástico. Em 1997, por exemplo, fizemos a campanha "A Fraternidade e os Encarcerados - Cristo liberta de todas as prisões". Quatro anos depois, a rebelião conjunta dos presídios de São Paulo é uma prova de que não trabalhamos em vão. Com a campanha deste ano, "Fraternidade baseada nas drogas", esperamos obter resultados semelhantes.
BOLHA: E quais resultados seriam esses?
DANEDYLAN: Bom, a médio e longo prazo nunca se sabe. Mas já no final da campanha, durante a Páscoa, a gente espera rechear os ovos Laka, Visconti, Bauducco e Nestlé com algum tipo de droga leve para que as crianças não percam o gosto pelo chocolate.
BOLHA: E as hóstias sagradas, também terão algum ingrediente a mais?
DANEDYLAN: Vade retro, repórter do cão! Já disse que na CNBB ninguém fuma nem toma nem cheira.