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cronicas-->Gugu e a depressão -- 25/01/2004 - 13:31 (Juraci de Oliveira Chaves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Todo mundo diz que criar um animal é sempre bom para alegrar casa onde não há mais criança pequena. Todo mundo diz que em casa onde há uma pessoa depressiva, deve-se criar um animalzinho de estimação. E assim surgiu o coelhinho Gugu na casa do Léo. Ele chegou com um mês de nascido e desviou todas as atenções para si. Logo o Léo o adotou. Dormia com ele, banhavam juntos no banheiro e ouviam música deitados no tapete da sala. Gu dava vários pulos fazendo piruetas no ar, inacreditáveis. Pulava e rolava sobre Léo, puxava os fios do seu cabelo e ficava sobre duas patinhas. Plantas não gostavam do bichinho. Ele ciscava como galinha botadeira e deitava no ninho feito por ele. O povo até se emocionava com a cumplicidade e a amizade entre os dois. Parece mentira, mas quando ele queria folhas de couve - não gostava de alface - vinha para a porta da geladeira e esperava até seu amigo pegar a folha. Estava sempre nos braços do rapaz como se fosse um bebê sendo acalentado. Mas... por que Gugu era importante acima do normal? Era como se fosse uma terapia para amenizar a depressão crónica do rapaz. Há quem diz que o depressivo fica com a vida afetiva empobrecida ou desmoronada. Acredito que neste caso -acompanho em minhas observações diária - há uma transferência na maneira e a quem amar. Parece-me que a doação ao bichinho de estimação é algo de sobrevivência para o moço depressivo. Sempre calado em casa mas, sempre correndo e brincando com o coelhinho branco de olhos vermelhos. Bastavam estar sozinhos. Caso uma criança se aproximasse do bichinho, com carinhos mais bruscos, lá ia o Léo se isolar com ele. Outros amigos, nenhum. Estudo e trabalho, nem falar. O sonho de ser um famoso jogador atleticano - era bom de bola na concentração juvenil - se foi.
Só acreditava em Gu. Os dois parecia se completar. Até a frequência ao psiquiatra foi reduzida ultimamente. A ciranda por médicos, iogues, homeopatas, que arranjassem um remédio-milagre foi abandonada. Vinte anos de busca incessante por uma cura que não chega. Nunca chegará, sabe disso. Esperança de futuro promissor se dilui paulatinamente...E para piorar, o Gugu amanheceu morto hoje, sem motivo aparente. O que terá acontecido? Perguntas ainda sem respostas.
O Léo ainda não sabe...
Tristeza entrando pela porta sem mesmo ter acabado de sair...


Juraci de Oliveira Chaves
www.jurainverso.kit.net ((Leia aqui "Sauna" em sensuais)
Pirapora MG

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