Com o advento das novas tecnologias, cada vez assistimos mais a acontecimentos em directo.
Foram guerras e invasões... Foi o derrube da segunda Torre de Nova Iorque... E ontem foi a morte num estádio...
Fehér, jogador de futebol do Benfica, 24 anos, sorriu, voltou as costas à càmara e caiu fulminado. Assistiu-se então a um trágico ballet em que todos eram personagens. A chuva impiedosa caía.
Os jogadores de ambos os lados, que anteviram de imediato o que acontecera, e que aquele era um caminho sem retorno para o jovem jogador, ou choravam, ou rezavam, ou olhavam o céu como que implorando um milagre dos deuses. A chuva sempre a cair.
O malogrado Fehér é metido numa ambulància que sai do estádio sob os aplausos da multidão, sem distinção de clube, e sob o grito ritmado «Fehér, Fehér, Fehér...». A chuva não parou de cair.
Todas as rivalidades se esbateram. Em directo, viu-se a ténue fronteira que há entre a vida e a morte.