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Cronicas-->Apologia do Apito -- 30/01/2004 - 23:16 (Christina Cabral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Apologia do apito
Pior coisa do mundo é roubar e não poder carregar.
Ser ladrão não é mister fácil, não! Ainda mais nos dias de hoje, com esta concorrência danada. É preciso muito peito e desprezo pela vida. Eu até andei dando uma bordejada na profissão, mas achei arriscada de mais. Prefiro, mesmo, andar de mão estendida, pedindo que publiquem os meus textos.
Pois domingo de manhã, ao varrer a varanda de trás da minha casa, descobri que haviam roubado a minha máquina de costura. A minha amada peça arqueológica que herdei de minha mãe. Senti um baque no peito, desatei o babado do beiço e desandei a chorar.
E o Vidabá? Onde estava o malandro Vidabá, que não tugiu nem latiu? O pessoal da casa depois comentou que havia escutado o cão dar sinal de madrugada, mas cada um dos componentes ficou esperando que o outro se movimentasse e... lá se foi a minha máquina!
Senti não ter tomado, previamente, a atitude da minha amiga poetisa Ruth Salles que, devido à quantidade de roubos na praia de Ubatuba (SP), onde ela mora, comprou e distribuiu, entre os membros da família, apitos de guarda. Cada um dorme com o seu apito pendurado no pescoço. Na hora em que for acordado por um barulho qualquer, agarra o apito e assopra. Já pensou o susto do ladrão? Sai, adoidado, chifrando parede e escalando muro! Mas na minha casa ninguém se movimentou. Até a graúna, que grita, mal alguém encosta no portão - grita de derrear as asas de tão cansada - permaneceu queda e muda. Não se pode confiar em cães e pássaros... lá se foi a minha preciosa auxiliar doméstica!
E não é que o alívio me veio de imediato? Fiquei sabendo que a minha máquina estava na delegacia do bairro. Tinha sido encontrada no meio do mato. Quem roubou - por cima do muro - não pode carregar. Por certo era um ladrão chinfrim, desmotorizado.
Agora, para reaver a minha máquina, tive que levar três testemunhas, fora dos membros da família, para provarem que a máquina é minha, mesmo. Se o ladrão teve que assinar alguma coisa, não sei, mas eu tive que dar notificação do acontecimento e do achado. Como o delegado só chegava de tarde, tive que ficar lá. Para evitar que a máquina fosse parar no depósito, sei lá onde!
Quanto à idéia luminosa dos apitos, já os comprei, aos montes e distribui para a família, mas fico, de qualquer maneira, rezando para que o ladrão não chegue, porque será recebido com um barulho infernal, uma "apitação" tão forte e estridente que seria capaz de derrubar a muralha de Jericó.
Aproveito, também, para fazer um anúncio: vende-se (ou dá-se) uma linda graúna e um valente cão de guarda...


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